Estou bastante angustiada com a pespectiva de o meu Pku ir para a Creche, não consigo evitar! Após o primeiro contacto com a instituição, ando a reflectir sobre as vantagens e desvantagens da passagem de informação excessivamente dramatizada para o novo meio em que a criança vai socializar. Não quero que ele seja visto como "a criança doente", " o coitadinho", ou outro epíteto semelhante que o estigmatize e que o marque negativamente perante o seu novo mundo, mas também quero que ele seja alvo de uma vigilância especial, pois entendo que é absolutamente necessária. Na primeira abordagem que fiz ao tema, percebi logo que não estava a ser compreendida e resolvi juntar ao processo alguma informação do hospital para que o sinal de alerta seja mais consequente. Agora ando a reflectir no próximo passo, mas estou bastante hesitante. Desde o início que esta questão me persegue, calar e guardar segredo para não estigmatizar, para não ser apontado, ou abrir logo o jogo para evitar riscos desnecessários de ofertas indesejáveis de alimentação proibida? Fui lidando com essa questão devagarinho, nos sítios do costume, as pessoas vão sabendo, percebendo e colaborando comigo na relação com o bebé. Mas até agora eu controlo tudo, porque ele não me sai debaixo da asa. E agora, que vou ter que abrir mão deste exclusivo, vale a pena dramatizar para que as pessoas compreendam? Ou é melhor manter uma discreta reserva e ir falando aos poucos?
Sofia
ResponderEliminarAcho que essa é uma das nossas maiores preocupações, mas sempre chega a hora que precisamos soltar os nossos bebês. O mais difícil é controlar de longe a alimentação deles, precisamos confiar que as pessoas da creche vão entender a gravidade da doença e jamais oferecer outros alimentos.
A minha filha ainda é novinha, mas já me imagino na sua situação.
Confie que tudo vai dar certo!
Sofia, a Inês entrou para a creche aos 4 meses.
ResponderEliminarDesde logo falei abertamente do defict metabólico e das possiveis consequências se as "regras do jogo" não forem respeitadas.
Levei os folhetos sobre a Acidúria Isovalérica (para professores e educadores) e o plano alimentar, de forma a mostrar que todos os alimentos ao longo do dia têm que ser controlados de acordo com o descrito no respectivo plano.
O resultado foi muito positivo: Desde o inicio se peocupam bastante com a alimentação da Inês, não permitem que coma alimentos extra e são bastante rigorosos com a alimentação dela.
Eu comprei uma balança digital para as cozinheiras e levo os alimentos hipoproteicos que a Inês come e elas preparam as refeições.
Os iogurtes levo 3x/semana e até os colegas da sala dela, já os reconhecem... "- O gute da Nês".
Em situação de outros miúdos doentes na sala dela, peço sempre para me avisarem, de forma a estar mais atenta a possiveis sinais de alerta
(sobretudo casos relacionados com febre e vómitos), de forma a tentar controlar acidoses/descompensações.
Decidi ser frontal e em vez de coitadinha, assumi que a minha estrelinha_brilhante é diferente.
Ao principio as coisas pareciam mais dificies, mas agora tudo corre sobre rodas, porque as pessoas já se habituaram a ver uma menina que apesar de diferente na alimentação é igual a todos os outros, nas brincadeiras e tem as mesmas curiosidades.
BOA SORTE para a escolha da creche do Joaozito e para a sensibilidade das educadoras.
Beijinhos
Sónia
Esqueci-me...vou sempre respondendo às dúvidas que as educadoras e as cozinheiras me colocam. Deixo-as sempre à vontade para me irem perguntando, mesmo que seja a mesma coisa de há duas semanas atrás...porque há pessoas que não compreendem muito bem as doenças metabólicas, outras que são curiosas e outras que querem mesmo perceber as implicações da mesma...
ResponderEliminarBJS
Sónia e Jordane,
ResponderEliminarMuito obrigado pelas vossas palavras. Gostei em particular da "atitude frontal", acho que o factor humano do outro lado será fundamental, mas se não for bom, o melhor mesmo é ir bater a outra porta...
Beijinhos
É isso mesmo Sofia. A relação com o colégio tem dois lados: também é importante que do lado de lá haja vontade das pessoas se informarem.
ResponderEliminarE, como já te tinha dito, não passo a mensagem da tragédia nem do coitadinho.
Boa sorte.
Beijinhos