People who are different change the world

03/10/2014

A Escola Primária, o pequeno almoço Pku

À saída da escola
O primeiro mês de escola está quase completo e as novas rotinas já estão instaladas, três vezes ao dia subo ao Castelo e apesar do dia cortado ao meio, não consigo já imaginar-me sem aquela hora de almoço passada no meio das criancinhas, partilhando os braços com as funcionárias do refeitório que me recebem de cara aberta, sorrisos francos e piada fácil. Também acho difícil libertar-me do alegre convívio dos pequeninos que são realmente adoráveis, criativos e espontâneos. Enquanto falam comigo com ar inocente, vão dando pontapés uns aos outros por debaixo da mesa, comem o papel dos individuais, fazem trinta por uma linha! As meninas falam-me da Princesa Sofia e eu chamo-as de princesas também. Ganham-se cumplicidades, o João na segunda semana começa a demonstrar o seu mau feitio à refeição, acha sempre que eu lhe envio uma enorme quantidade de comida, a sopa está sempre muito quente, o arroz é dramático, não suporta o cheiro da comida dos outros até ficar sentado quase de costas à mesa e em grande aflição, é pastelão, tem ataques de tosse (propositados ou não!) é difícil! 
Eu queria ir-me libertando devagarinho, começar a não ir um ou dois dias por semana, mas sinto-me bastante agarrada, a tosse do João preocupa-me sempre, come mal e se forçado, vomita, o que bem sabemos que é a pior das piores opções.
E as cenas da alimentação começam logo ao pequeno almoço, levanto o João sempre com o tempo necessário para ele poder tomar descansadamente o pequeno almoço, 20 ou 30 minutos para uma caneca normal com a mistura do "leite" com aminoácidos morno e umas colheres de papa de forma a que fique rala para poder ser bebida sem dificuldades. O tempo nunca é suficiente para que tenhamos sossego, acabo sempre por me irritar, até que comece a tomar o leite, são só problemas, está muito cheia! está muito quente! entrou uma abelha na cozinha, quer contar-me histórias, chora se insisto com ele, tosse, não sei se já sabe que eu modero logo a atitude quando começam as tosses. Investiga a lancheira da escola, refila com a barrinha dos aminoácidos, "detesto!", é a vida, tem que ser. Só relaxamos quando nos pomos da porta para fora.

Aqui deixo a pergunta, Mamãs Pkus, quais são os vossos truques e estratégias para que o pequeno almoço corra bem, com tranquilidade? E com a dose de aminoácidos toda tomada, claro, esta é uma questão imprescindível.

23/09/2014

A Escola Primária, a segunda semana Pku

O Castelo 
Agora quando entro no refeitório à hora do costume, as funcionárias metem-se comigo, Ólha a nossa ajudante! Ficamos logo a rir e até já pedi uma bata para o serviço. A brincar, claro.
No refeitório os miúdos já me conhecem e por todo o lado ouço chamar, Sofia! Sofia! Já não quero mais! Água! Não consigo cortar a carne! Ele não pára de me dar pontapés. Ainda há uns miúdos que choram lágrimas a fio, claramente a precisar de colo. São ainda muito pequenos e não paramos naquele refeitório com a miudagem pequena e os seus pequenos problemas. O João é meio pastelão com a comida e eu regra geral só passo por ele a incitá-lo a despachar-se,  e de tal forma não lhe dou grande confiança que os outros miúdos ainda não perceberam que sou Mãe dele ( apesar do beijo roubado antes de me ir embora!) . O professor presta assistência no inicio das refeições e dá gosto ver o respeitinho que os miúdos lhe têm. Aproxima-se com uma curiosidade mal disfarçada para ver o que o João tem no prato e faz elogios. Hoje perguntou-me pelos resultados das análises da semana passada. Like it!

Apesar do cansaço, subir ao Castelo 3 vezes ao dia está a ser esgotante e desorganiza-me o dia, é verdade, mas a alegria do João quando me vê.... compensa tudo! É incrível que este é o meu segundo filho e não passei por nada disto quando o mais velho era pequeno. Entrou na escola Primária e pronto, assunto arrumado. A condição Pku, muda tudo, quem não passa por isto, não sonha como é este outro mundo. 
Tudo está a correr maravilhosamente nestes primeiros dias de escola, (excepção feita a um dia em que tudo parecia correr mal naquele refeitório e que me deixou um bocado preocupada, mas espero que seja a excepção à regra.) e começo a pensar que vou ter que pensar devagarinho em fazer um "desmame". E vai ser já amanhã que tenho uma marcação de trabalho noutro lado da cidade e não posso mesmo estar em dois sítios ao mesmo tempo.

Outra questão muito importante que preciso de afinar é a dos aminoácidos. Para que não fique tantas horas sem os tomar, tenho optado por lhe enviar aproximadamente um terço de uma barrinha de aminoácidos na mochila para o lanche da tarde às 16h00. Mas gostaria de lhe enviar na forma de leite, porque sei que é a forma que ele tolera melhor. Só que não sei muito bem como fazer de maneira a não dar trabalho a ninguém e de forma a que não se estrague. Aceitam-se sugestões alternativas. Mamães Pkus, como fazem para que os vossos meninos pequenos tomem  parte dos aminoácidos na escola?

19/09/2014

Informação para as escolas



A informação não ocupa lugar e para quem vai iniciar esta etapa das escolas é sempre útil entregar os elementos disponíveis que melhor esclareçam a doença dos nossos filhos para que tudo corra bem.
Sei que há aqui mães veteranas com larga experiência. Todavia lembrei-me de partilhar aqui a minha rotina de início da escola (Jardim de Infância) para quem vai só agora inciar esta etapa tão importante e tem muitas dúvidas (eu também já tive e continuo a ter...).

É sempre bom falar primeiro com os médicos que acompanham os nossos meninos a este respeito e julgo que a Apofen também poderá ser útil no esclarecimento das várias doenças metabólicas, dado que, segundo a informação que esta divulga, poderá fazer deslocar alguém à escola para efeitos informativos (não sei se alguém já usufruiu deste serviço, se tiver, contem como foi!).

O que entrego ao responsável da escola em causa e à educadora do Vasco são:
- declaração passada pela Dra. Ana Gaspar que explica os aspectos da doença e a necessidade do Vasco levar a alimentação de casa;
- o folheto informativo para professores disponibilizado no website da Apofen (embora tenha uma ou outra coisa desactualizada como disse a Sofia);
- uma informação síntese que eu própria preparo, e que entrego às pessoas que cuidam directamente do Vasco, nomeadamente a educadora e auxiliares da sala, e serve como uma espécie de cábula para ter sempre à mão (é mais fácil ter uma folha A4 à mão para ler em caso de dúvida). Esta informação foi sendo adaptada ao longo dos tempos e, obviamente pode ser melhorada, e a última versão é a seguinte:

VASCO VIEGAS
INFORMAÇÃO RELATIVA À ALIMENTAÇÃO
O Vasco tem uma doença genética denominada fenilcetonúria, o que significa que o organismo dele não consegue metabolizar um aminoácido denominado fenilalanina, que se encontra em todos os alimentos que contém proteínas (como por exemplo a carne, o peixe, os ovos, as leguminosas e outros alimentos). Se não for tratada esta doença poderá provocar lesões cerebrais e atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo. Felizmente que esta doença pode ser tratada com uma dieta controlada em proteínas naturais e com um suplemento proteico isento de fenilalanina. O folheto e declaração médica já fornecida esclarecem todos os aspetos da doença.
Por estas razões, e com exceção da fruta que é ministrada pelo Jardim de Infância, o Vasco apenas pode ingerir alimentos e refeições que trás de casa.
Assim, o plano alimentar dele resume-se ao seguinte:
A meio da manhã: Fruta ministrada pelo jardim de infância (o Vasco pode comer qualquer fruta, com excepção de frutos secos)
Almoço: Sopa e prato que trás de casa. Quando trás salada ou legumes cozidos peço que temperem com sal, azeite e vinagre.
Lanche: Leite especial que ele leva preparado de casa + pão ou queque que leva de casa.

Nota: Deixamos na escola bolachas especiais para o Vasco, bem como bolo congelado em fatias ou queques para quando houver uma festa na escola. Deixamos também uma sopa pronta de pacote para o caso da sopa dele se entornar. Vamos também deixar na escola uma caixa com os doces (rebuçados, chupa-chupas, gomas, etc) que ele pode comer quando os outros meninos trouxerem por exemplo nos aniversários.
Pedimos que nos avisem sempre nas seguintes situações:
- O leite especial que o Vasco leva é o alimento mais importante de todos e pedimos que nos avisem se ele não beber ou entornar porque terá de tomar uma dose equivalente em casa. Todos os outros alimentos que leva devem também ser consumidos mas na medida em que ele tenha apetite. Se não quiser é melhor não insistir porque pode dar-se o caso dele vomitar;
- Caso o Vasco, por qualquer motivo, consumir qualquer alimento não autorizado (não haverá qualquer consequência de imediato mas os efeitos sentir-se-ão a longo prazo);
- Caso o Vasco não coma total ou parcialmente as refeições que são enviadas de casa;
- Caso estejam previstas festas, celebrações, eventos dedicados à alimentação ou actividades com distribuição de bolos/doces ou outros alimentos, pedimos que nos avisem na véspera a fim de prepararmos e enviarmos os bolos/doces/alimentos adequados ao Vasco.
Contactos:
Mãe (...)
Pai  (...)

Deixo aqui também uma foto do que deixei este ano na escola para o Vasco (só falta a sopa que entreguei depois) para terem uma ideia.

Espero que esta informação possa ajudar e espero que também partilhem as vossas experiências.
Um ótimo ano lectivo para todos.
Beijinhos
Paula Viegas


18/09/2014

A Escola Primária, diário dos primeiros dias Pku

O caminho para a escola
Terça-feira, segundo dia.
Hoje foi dia de "mergulhar" no refeitório, devidamente autorizada pela directora da escola e pelo Professor Pedro. À 13h00 já estava a tocar à campainha da escola. No refeitório sentei-me discretamente num banco corrido junto à parede para não perturbar o trabalho das funcionárias a acabar de pôr as mesinhas enquanto os miúdos não chegavam. Em decisão conjunta com a funcionária responsável do refeitório, o lugar do Joãozinho foi colocado numa das extremidades da mesa, na coxia para eu ter acesso facilitado. Ao fim de algum tempo e perante a evidente falta de braços, ofereci-me para servir as sopas enquanto a funcionária as colocava na mesa. Se há coisa que não suporto é ficar passivamente a ver os outros a trabalhar e eu a assistir. 
Quando as pequenas criaturas chegaram, ordeiramente em fila dupla atrás do Sr.Professor, foram distribuídas pelos seus lugares e o Professor pôs-me à vontade. Pode falar com o outros alunos e movimentar-se à vontade. O João queixava-se de dores de estômago ao professor, eu que já o conheço sei bem o querem dizer estas dores, stress, ansiedade! 
Com carta branca para actuar, arregacei as mangas e foi um rodopio por todas as mesas, levantar pratos, ajudar a retirar a pele do frango, água nos copos, ajuda aqui, ajuda ali, levanta pratos, distribui fatias de melão O João, por milagre, ficou bem disposto, e nunca mais falou em dores de estômago, pouco necessitou do meu auxilio.
 Adorei a experiência e estou convencida que encontrei a forma perfeita de passar informação às auxiliares de educação responsáveis do refeitório. Duvido que todas leiam o papel explicativo que o Professor distribuiu e eu preparei, e no meio dos pratos e das sopas, vou aproveitando para explicar tudo em discurso directo.  E vou ficando a conhecer os miúdos que são uns amores! e ainda muito novinhos. Se houvesse serviço voluntário na escola, este era um dos lugares em que as Mães dariam uma boa ajuda.
Para o lanche da tarde, pus-lhe na lancheira meia barrinha de aminoácidos e um puré de fruta. Esta é ainda uma questão que tenho de afinar. Seria bom que tomasse parte dos aminoácidos durante o período da tarde que eu depois rematava em casa. Aceitam-se sugestões das Mães mais experientes. Como fazem?

Muito importante. Hoje de manhã entreguei ao Professor Pedro o relatório do hospital, uma cópia do Folheto do CGM, com informação dedicada a professores e corpo da escola (dispensei a página 8 por considerar desactualizada a informação veiculada) e uma folha informativa de síntese, em várias cópias para distribuir, adaptada daquela que a querida Paula Viegas preparou para o seu menino.

16/09/2014

A Escola Primária, EB1 - diário do primeiro dia Pku

O café 28 ao lado da eescola
No primeiro dia de escola, fui buscar o meu Pku para lhe dar o almoço fora da escola. Ele é o menino mais novo da turma, na verdade só tem ainda 5 anos (é um bebé do Natal!) e de manhã quando o deixei na sala, dificilmente continha as lágrimas e perguntou-me com um ar aflito se iria realmente buscá-lo para almoçar. 
À 13h00 da tarde estávamos Pai e Mãe à porta da escola com a lancheira Pku na mão, e desfeito o meu plano de piquenique no Castelo à conta do dilúvio que caía do céu, fomos mesmo ali ao lado da Escola a um dos cafés mais giros e divertidos do bairro, o 28. Este café que para quem ainda não conhece e gosta de eléctricos é um verdadeiro must, todo o interior foi construído à imagem e semelhança dos verdadeiros eléctricos antigos da Carris e o João delirou. Já vinha feliz aos saltinhos da escola e esquecido da ansiedade da manhã. Com a simpatia do Café, servimos o almoço da lancheira ao João com um Compal a acompanhar e nós petiscámos qualquer coisa. O mais cómico, é quando nos preparávamos para sair de regresso à escola, entra o Professor do João também para um cafézinho mesmo nos bancos de trás (bancos do eléctrico!). O João regressou à escola. 
Às 16h00 da tarde fui dar-lhe o lanche à sala, a convite do Professor. 
Às 16h30 fui ao encontro dos professores das Actividades Extra Curriculares para lhes dar uma breve explicação da condição Pku do João. Confesso que me sinto uma verdadeira "chata" na escola e a Directora já me disse várias vezes a rir que posso ficar descansada que todos os professores serão devidamente informados. Mas eu é que não descanso enquanto não falar com toda a gente, Professores, Auxiliares, Ajudantes Vigilantes, Pessoal da Limpeza, toda a gente que vai estar na escola em contacto com ele. O dia do João acaba às 17h30m.
Sou uma Mãe Pku, sou uma Mãe persistente.
No dia da reunião de Pais, entreguei ao professor o Consenso da Sociedade de Pediatria para a Fenilcetonúria. A sede de agrupamento ainda não tinha enviado os processos para a escola e a condição Pku do João era completamente desconhecida. A abertura e disponibilidade do Professor foi total e logo no fim da reunião geral, fizemos uma abordagem individual a sós com o Professor.

1º dia- João, o que gostaste mais da escola? De ir almoçar ao Eléctrico 28.
Quanto a mim, fiquei exausta com tanta ida e vinda à escola a repetir o discurso Pku a tanta gente diferente. Tenho a sensação que tenho que conquistar tudo e toda a gente de novo.

03/09/2014

Salsichas (ou hamburgueres) de beterraba


Começo por dizer que esta receita, em termos de sabor, é das melhores que já fiz para o Vasco e que valeu mesmo a pena experimentar. A receita original está publicada aqui http://www.crmgroupusa.com/crm_emails/vitaflo/200907/RecipeBeetBurgers.html e cheguei até ela graças a uma mãe americana que publicou o link num página do facebook (eu adoro esta dinâmica que os americanos tem de partilha compulsiva de receitas :)).
Fiquei intrigada com o facto da receita incluir maçã e beterraba, que lhe dá uma corzinha diferente e, como também não tinha cogumelos (o Vasco agradece), decidi experimentar. Fiz umas pequenas adaptações e pesei as quantidades de alguns legumes para ter uma base mais sólida de futuro. A confecção é simples e rápida e o resultado muito bom. Ora vejam:
Ingredientes:
40g de beterraba crua ralada
70g de courgette crua e descascada ralada
20g de cenoura crua ralada
1 maçã média granny smith descascada e ralada (tem de ser mesmo desta variedade e está disponível quase sempre em qualquer hipermercado - são cerca 80g de maça depois de descascada)
1 cebola pequena picada
1 dente de alho picado
1 colher de sopa de ketchup
1/2 colher de chá de molho worcestshire (molho inglês)
1/8 colher de chá de liquid smoke (é um condimento que serve para dar um sabor fumado aos alimentos e está à venda no supermecado americano Liberty. Caso não encontrem a receita também poderá ser feita sem ele mas haverá uma diferença no sabor)
2 colheres de sopa de óleo
sal a gosto
meia chavena de migalhas de pão hipoproteico (geralmente uso uma fatia de pão que faço para o Vasco - não substituir por pão ralado)
1/4 de chávena de farinha hipoproteica (ou mais se necessário)
Triture na picadora ou na bimby a beterraba, a courgete, a cenoura e a maçã. Retire e esprema a mistura com as mãos para retirar a maior parte possível de água. 
Numa tigela misture a cebola e o alho bem picados, o ketchup, o molho worcestshire, o liquid smoke, o sal e o óleo. Adicione a mistura de legumes e maçã espremida. Por fim junte as migalhas de pão e a farinha. Misture tudo muito bem, rectifique o sal e junte mais farinha se necessário.
Leve a mistura ao frigorífico no mínimo durante 1 hora.
A mistura depois de pronta
Depois de refrigerada molde salsichas e/ou hamburgueres.
Hamburgueres e salsichas prontos a congelar
A partir daqui pode fritar ou grelhar (desde que previamente untadas com óleo) as salsichas ou hamburgueres directamente ou congelar para utilização posterior.
Na receita diz-se que se pode também fritar ligeiramente e depois grelhar ao estilo churrasco, mas ainda não experimentei desta forma.
Por graça preparei para o Vasco este cachorro quente mini, que ele gostou muito :)

 


Bom apetite para todos!
Beijinhos
Paula Viegas

15/07/2014

7 dias de alimentação hipoproteica - Paula

 
A minha motivação!
O desafio dos 7 dias de alimentação hipoproteica terminou e é mesmo para repetir, pelo menos anualmente e por altura do dia internacional da fenilcetonúria. Para quem não sabe, este desafio foi inspirado no facto de um grupo de dietistas inglesas ter decidido fazer a dieta hipoproteica por 7 dias. Estes ingleses são uns sortudos com dietistas destas!

Motivação
O Vasco claro! Fiquei surpreendida com a oposição que houve por cá a uma experiência destas e confesso que não encontrei nenhuma razão de peso para não o fazer. Não quis fingir que faço esta dieta ou que queria saber como é por curiosidade. Fiz esta dieta pelo enorme respeito que tenho por todos os que a fazem e por amor ao meu filho. Antecipar um pouco como será a vida do Vasco já crescido (qual é a mãe que não faz isto), sim, colocar-me na posição dele e perceber os desafios, perceber se a parte da alimentação que faço só para ele em termos de sabor, variedade e saciedade são suficientes.
 
As regras que adoptei:
- Dupliquei as partes que o Vasco faz, mas não inclui leite;
- Inicialmente optei por não incluir o arroz comum, mas como não bebi leite aproveitei essas partes para consumir o arroz normal a partir de determinada altura;
- Não fiz grandes alterações ao pequeno almoço. Bebo habitualmente leite vegetal e pude manter este hábito. Poderia ter incluido leite, até porque o Vasco bebe Aptamil, mas nunca gostei muito do sabor do leite e actualmente é muito raro beber. Aliás há grande controvérsia relativamente aos benefícios que o leite efectivamente tem, mas isso é assunto que daria pano para mangas;
- Consumi por algumas vezes pão, massa e arroz hipoproteico, não seria uma verdadeira experiência se não as tivesse incluido. Confirmei que o pão que faço para o Vasco em regime diário é maravilhoso e como tem fibra promove a saciedade;
- Para que não hajam ataques de fome ou mesmo fome o ideal é fazer-se refeições regulares: pequeno almoço, snack a meio da manhã, almoço, lanche e jantar. Ao almoço e jantar incluir sopa, prato principal e sobremesa (fruta ou o ocasional doce);
- Faço sopa igual para todos em casa, ou seja peso tudo e faço as contas, o que facilita a organização das refeições.

Algumas refeições que fiz:
O pequeno almoço clássico: Sandes de pão hipo com queijo Violife e leite de amêndoa.


A meio da manhã por vezes uma fatia de bolo (ehehehe), mas logo acabei com isto e passei à fruta.

Almoços/jantares:

Quiche de cogumelos hipo, salada de alface, pepino e maçã, e sopa
strogonoff de cogumelos, salada e batata doce e comum cozida (o meu prato hipo favorito)
Omeleta hipo de queijo Violife, arroz comum de tomate e courgete salteada

Batata comum e doce, bróculos e cenoura à Gomes de Sá

Peixinhos da horta, salada de beterraba e arroz de tomate hipo
Salada fria de massa penne da Loprofin com cogumelos, tomate e azeitonas
O meu lanche favorito: smoothie de manga (1,4g de proteina por embalagem de 200ml) e uma barra cerealito da schar com fibra (0,8g de proteina por barra)



Almoço especial de Domingo: Lasanha de espinafres, bolo de cenoura e brigadeiros


Notas finais
- Nos três últimos dias de dieta confesso que me senti indisposta e com dores de cabeça. Consumi uma ou outra vez uma barra proteica que comprei no celeiro (obrigada pela sugestão Vera, foi muito útil) e aumentei a quantidade de batata e arroz. Na próxima experiência tenho de incluir alguma proteina, sob a forma de barras ou bebidas, porque a proteina é mesmo fundamental seja sob que forma for;
- Não comentei com o meu filho esta experiência. Ele estranhou quando me viu comer a massa ou arroz dele e perguntava porquê e eu dizia ou que não me apetecia a massa/arroz comum, ou então que estes não chegavam para todos e ia comer um bocadinho da dele e a coisa passou porque foram poucas vezes. Não quis criar nenhum equivoco na cabeça dele, até porque ainda é muito pequeno;
- Habitualmente trago a marmita com o almoço para o trabalho mas nesta semana calhou ter de almoçar duas vezes fora (só planeava uma) e ainda tive uma festinha de aniversário de uma amiguinha dos meus filhos e a festa de aniversário de casamento da minha irmã (será possível tanta festa caramba!!!!). Mas consegui encontrar sempre alternativas com algum planeamento e se o ambiente dos almoços for em centro comercial arrisco dizer que é possível quase sempre encontrar alguma alternativa. E se há uma festa é fundamental levarmos o prato principal e a sobremesa que mais gostamos;
- Planeamento, variedade (possível) e espirito aberto são fundamentais!

Beijinhos
Paula Viegas

08/07/2014

O 7º e último dia do Desafio 7 Dias Pku - Sofia

Pequeno Almoço às 9h30: Chá verde e uma tosta com geleia de marmelo. E ferro tomado!
À 14h00: Sopa de feijão verde. Salada de cenoura ralada, beterraba e azeitonas verdes com (uma tentativa com um resultado muito estranho!) um crepe de tapioca feito com leite de arroz. Meloa e café.
Às 17h30: Chá verde frio com uma maçã starking
Às 20h30: Foi igual ao almoço. O crepe de tapioca apesar de muito feio, branquela e malfeitão tem um sabor interessante quando misturado com a salada bem temperada. O João também gostou do sabor, sem um entusiasmo exagerado.

Chegado ao fim o Desafio, tenho que daqui retirar de imediato algumas conclusões que considero evidentes.
  • Sem arroz, massa e pão hipoproteico, o desafio torna-se uma tortura. 
  • Seria admissível comer arroz comum, visto que faz parte da tabela. Hoje, acho que sim. Provavelmente é o que farei da próxima vez. Mas como o arroz está excluído da alimentação do João, optei por não o integrar.
  • O pão também foi uma prova duríssima, mas o pão da Schar atenua em muito esta falta, apesar de ser tão leve, mas tão leve que parece que desaparece mal o acabamos de comer. 
  • A saciedade foi um problema sério nestes dias. 
  • A batata, é um recurso óbvio e compreendo agora melhor a opção no Plano Alimentar do Hospital ter um carácter de excepção relativamente aos outros alimentos da Tabela.
  • O leite seria também admissível visto estar presente na "mistura" de todos os dias do João, mesmo que em quantidade mínima. Na dúvida também o exclui e descobri que o leite de arroz aromatizado de chocolate, é agradável. Mas não é leite. E eu sou mesmo um mamífero, não o dispenso da minha dieta diária, todas as manhãs ao pequeno almoço o tomo.
Noutro capítulo, houve outras coisas muito boas no desafio,
  • A solidariedade entre pares e sem fronteiras. A adesão ao desafio da Mãe Marcilene do Brasil foi extraordinária, demonstrando que realmente há uma ligação metafísica entre a comunidade. Seria muito giro que para a próxima vez houvesse ainda uma maior adesão e até que melhorássemos o modelo do Desafio proposto que peca em muitos aspectos. Por cá, fomos "os suspeitos do costume". A Paula Viegas mergulhou comigo em mais esta aventura, sempre em ligação sempre pronta a dar a mão. Valeu a pena!
  • Quebrar a rotina, abanar as águas paradas, mergulhar fundo no outro lado do espelho, Mães e filhos de mãos dadas. É assim que se aprende, sentindo na pele o trabalho enorme que exige a aplicação de uma dieta hipoproteica. Poucos alimentos disponíveis, caros e tudo a necessitar de ser trabalhado.Valeu a pena!
  • A oposição demonstrada por alguns membros da comunidade também é interessante e muito reveladora da rejeição à novidade, de algum espírito conservador.
  • O meu filho adorou ter a Mãe como companheira, também aqui. Tão bom! Mas não é totalmente pacifico para mim a forma como ele pode interpretar esta experiência. Por norma, lá em casa eu esforço-me por estabelecer pontes nas nossas refeições, ou seja frequentemente os nossos acompanhamentos são o prato forte do João. E é bom perceber que alguma perplexidade inicial nos primeiros dias traduziram essa habituação, eu diria melhor, essa educação que ele já tem. Sabe que a sua alimentação é diferente, é uma conquista essencial para ele. Não quero abalar esta conquista mas reforçar as pontes, sim.
  • Os tacos, adorei, vou repetir porque são mesmo bons e até pode ser que o João adira.
  • Os crepes de tapioca, apesar de o resultado ter sido muito feio, acho que tem potencial a ser explorado. Mais uma conquista hipoproteica a ser desenvolvida.
Vamos repetir este desafio, provavelmente daqui a um ano, por altura do 28 de Junho, dia Internacional da Fenilcetonúria. Até lá, vamos preparar melhor os Planos Alimentares e irei recorrer a um ajuda profissional para dar umas linhas de orientação para garantir que tudo correrá melhor.

07/07/2014

O 6º dia do Desafio 7 Dias Pku - Sofia

Parque da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa com duas cafetarias Pku friendly a conhecer
Pequeno Almoço às 9h30: Um chá Herbal mint & lemon grass acompanhado de 4 fatias de pão da schar torradas e com manteiga. E ferro tomado!
À 14h00: Sopa de legumes, buffet de salada de couve roxa avinagrada, cenoura ralada, brócolos, batata frita às rodelas, fruta e peixinhos da horta. Mais a meia bôla de legumes que o João deixou no prato meio roída. Melancia e café.
Às 17h30: Uma chávena de chá verde sem açúcar, quente e reconfortante
Às 20h30:  Batatas fritas de pacote.Gelado de baunilha sem lactose do Pingo Doce com 0,8g de proteína  por 100ml, com framboesas.

O dia até começou muito bem, mas à medida que foi avançando, foi piorando com o cansaço. Passar um dia fora é sempre um desafio interessante. Se tenho as coisas bem resolvidas com o João, comigo já não  é a mesma coisa. Não tenho paciência para dobrar o tamanho da lancheira, até porque não fui de carro, e acrescentar mais uma grama à minha querida máquina fotográfica, mais o João pela mão, parece que levo a casa às costas. Nem pensar, confio no improviso e que alguma coisa se há-de arranjar. Errado!
Acabou-se o pão da Schar, meu Deus, desaparece mesmo num ápice! O que faço para o João é incomparavelmente melhor.
O almoço foi na Cafetaria do C.A.M. e oferece um buffet com uma variedade de saladas e petiscos de fazer crescer água na boca. E o melhor é que o João adora a couve roxa de lá, a salada de beterraba, e outros. Valeria a pena mapear o país com os restaurantes e cafetarias Pku friendly. É mais um projecto a desenvolver por aqui.
Não sei se devido a este Plano Alimentar caótico e desequilibrado dos últimos dias em que praticamente exclui os cereais e as fibras, passei a tarde com um desarranjo intestinal. Feio de dizer, mas é a verdade. Quando ao fim de um dia muito cansativo cheguei a casa, já nem tive paciência para mais nada, jantar e cama para o João e para mim , o que havia à mão. Confesso algum consolo em ver chegar ao fim este dia, pensando que pouco falta para voltar aos meus pequenos almoços do costume.

Prémio de consolação, o João está muito feliz e exibe orgulhosamente para a Avó e restante família que a Mãe está a comer igual a mim! Se fosse igual, era bem bom.
Curioso como as mesas do lado olhavam com perplexidade para o prato do João. De notar que há muitas famílias com crianças aqui a almoçar e em nenhum prato vejo couve roxa, ou brócolos, etc. Olhares de perplexidade e algum desconforto, como se eu fosse uma Mãe com problemas e o menino coitadinho. Se calhar os pratos dos outros meninos ganhariam um bocado mais de cor e saúde se tivessem umas destas saladas deliciosas. 

05/07/2014

O 5º dia do Desafio 7 Dias Pku - Sofia

Pequeno Almoço às 8h00: Um pacotinho de leite de arroz com chocolate da Rice Dream, e 3 tostas (mofentas) hipoproteicas com geleia de marmelo.
Ao 12h00: uma fatia de bolo de cenoura hipoproteico (Uma delícia!)
À 13h30: Sopa de beterraba, salteado com mix de legumes e batatas e salada de tomate. Sorbet de tangerina do Pingo Doce. Conhecem? É uma maravilha e perfeito para toda a família.
Às 16h00: Um café expresso sem açúcar.
Às 16h30: Uma dúzia de framboesas petiscadas.
Às 18h00: Chá frio verde menta e três torradas de pão hipo da Schar com manteiga e geleia de marmelo. Mais uma fatia do irresistivel bolo de cenoura da Paula Viegas.
Às 20h30: Sopa de beterraba fria, minibôlas de legumes com salada de tomate, cebola e azeitonas verdes recheadas de pimento. Uma banana da Madeira à sobremesa.

Há dias felizes, e hoje foi um deles. Uma oferta inesperada e deliciosa de bolo hipoproteico de cenoura, perfeito, ou não fosse obra da nossa Chef Paula Viegas e uma embalagem de pão da Schar, transformaram o meu Plano Alimentar, num problema de fácil e muito agradável solução. Há coisas incríveis, ontem pensava eu que a minha Mãe a ajudar seria a solução para ideal, apesar de impossível na realidade. Mas há "Mães" extraordinárias, que para além de protegerem os seus pintainhos ainda conseguem dar uma mão extra às amigas. Há dias felizes, sim. E um viva às Mães e às Amigas!

04/07/2014

O 4º dia do Desafio 7 Dias Pku - Sofia

Pequeno Almoço às 8h00: Um copo de chá verde menta sem açúcar e 3 tostas (mofentas) hipoproteicas com doce de morango.
Às 10h00: um café expresso sem açúcar
À 13h30: Meio pacote de batatas fritas e meia dúzia de tomatinhos. Uma maçã pequena starking.
Às 18h00: Uma banana da Madeira e mais 3 tostas (mofentas) hipo com manteiga.
Às 20h30: Sopa de beterraba, meia pizza hipo da ProCeli, com cogumelos, tomate e mangericão, queijo vegan . Cerejas à sobremesa.

Hoje o dia foi um verdadeiro inferno. Mais uma vez não consegui ir comprar o pão e os meus básicos que tanta falta me fazem. Não quero falar mais em buracos no estômago, mas hoje foi mesmo muito mau, bati no fundo. Entrei em casa à hora do almoço e fui atacado por um pacote de batatas fritas meio comido, abri portas e armários e não vi nada hipoproteico passível de ser comido sem preparação, Planeei sair de casa a correr até à mercearia mais próxima para comprar bananas saciantes da minha fúria devoradora, mas o aspecto era tão mau que saí a correr e passei a tarde a comer pastilhas elásticas e a beber chá. Até as tostas mofentas às 18h00 me souberam bem. Ao menos aproveito para limpar os armários dos fora de prazo. Roguei pragas a mim própria por ter mergulhado nesta história sem uma preparação prévia. Pensei com perplexidade, como será possível que eu consiga tomar conta do meu filho com tanto desvelo e tenha comigo própria tanta negligência. Acho que me faz falta mesmo, é uma Mãe para ajudar! Heheheh

03/07/2014

O 3º dia do Desafio 7 Dias Pku - Sofia

Sauté  hipo
Pequeno Almoço às 8h00: Um copo de chá preto com sementes de cardomomo, frio e sem açúcar e 3 tostas (mofentas) hipoproteicas com doce de morango.
Às 10h00: um café expresso sem açúcar
Às 12h00: uma maçã starking pequena (salvou-me a manhã!)
À 13h30: Salteado em azeite de batata doce nova de Aljezur e batatinhas novas com casca, com muito alho, cogumelos, rama de beterraba e oregãos, acompanhados por salada de alface e tomate e um taco. 
Às 18h00: Uma banana e mais 3 tostas (mofentas) hipo com doce.
Às 20h30: Sopa de feijão verde, o resto do salteado do almoço e salada de alface. Mirtilos à sobremesa.

O Joãozinho recusa-se a provar os tacos. Diz que não gosta do cheiro e nada mais me irrita de que se recuse a provar seja lá o que for. Pode ser que com o tempo, vá lá.
Os salteados de legumes, comias-os todos os dias, adoro!
Acho que este exercício é realmente uma prova de esforço e as refeições que tenho maior dificuldade em fazer de forma satisfatória são os pequenos almoços. E eu sou grande fã desta refeição com que se inaugura o dia. Acho-a mesmo uma refeição fundamental e não deixo os meus filhos passarem sem um bom pequeno almoço. E aqui tenho um grande problema que não consigo resolver, como tomar um bom pequeno almoço hipoproteico? Deveria procurar um bom substituto do leite, talvez experimentar tomar vegetal que não o de soja ou um bom sumo de laranja natural, mas dificilmente conseguirei substituir o leite que tomo desde sempre. Relativamente ao pão, acho que vou ter que adquirir o pão que encontro no UCI ou equivalente. Amanhã mesmo vou ter que resolver esta questão do pequeno almoço. Fico com fome passado pouquissimo tempo e não me apetece estar sempre a comer fruta e muito menos doces.As tostas mofentas hipo, com mais de um ano fora de prazo, são bastantes más, já não as aguento.E aqui dou a mão à palmatória à minha companheira de viagem Paula, é preciso preparar, planear as refeições, o improviso não é a melhor solução, nem por sombras.

02/07/2014

O 2º dia do Desafio 7 Dias Pku - Sofia

Hoje o dia foi muito melhor!
O pequeno almoço foi tomado a correr, como de costume, mas lembrei-me de tomar o ferro. Nada mau! Optei por não comer o pão hipoproteico porque o meu pequeno Pku apontou para mim o dedinho acusador quando comentei que as reservas de pão feito, estavam a chegar ao fim. A Mãe é a culpada porque "andas a comer o meu pão"! Ui, conformei-me a comer umas tostas fora de prazo...
Os tacos! Prontos a rechear.
O primeiro antes de ser devorado.
Pequeno Almoço às 8h00 da manhã: Um copo de chá preto com sementes de cardomomo, frio e sem açúcar e 3 tostas(mofentas) hipoproteicas com doce de morango.
Às 9h30: um café expresso sem açúcar
À 13h30: tacos de milho com salada de alface, tomatinhos xuxa, cogumelos fatiados e assados e cenoura ralada, tudo temperado com molho vinagrete e para sobremesa um quarto de meloa com meia dúzia de cerejas.
Às 18h00: mais um copo de chá e mais 3 tostas (mofentas) hipo com manteiga.
Aiii! O saco de batatas fritas está a chamar por mim e eu a tentar controlar-me! Hoje, não!
Às 21h00: Sopa de feijão verde (igual para todos, Hurrah!). Mini-bôla de legumes e um salteado e azeite de batatinhas novas com casca, com muito alho e cogumelos brancos e ainda tomatinhos cherry. Cerejas à sobremesa.
O jantar foi em parte igual ao do Joãozinho.

Hoje o dia correu muito melhor, mas os "buracos" no estômago atacaram-me a partir do meio da manhã e a meio da tarde. Entrei em casa à hora do almoço com uma fome descontrolada e tive que fazer um esforço enorme para não devorar tudo o que me apareceu à frente. À tarde a seguir ao almoço, a meio da tarde, em desespero, descobri dois sugus no fundo da mala, (e eu que só de anos em anos como sugus e rebuçados), Zás! devorei-os. Há muito tempo que não me lembrava de estar com uma fome assim tão devoradora. E o pior é que não é nada directa a solução.

O João é muito possessivo do seu pão e também das suas mini-bôlas. Lançou-me um ar tão escandalizado quando me viu a comer uma delas e afirmou, "era mesmo essa que eu queria!", que mais uma vez desisti e fui arranjar outra coisa para comer. Miúdo com mau feitio! Tenho a reclamar que assim, não dá! Não saio da cozinha! Ao pequeno almoço preparo o almoço para a lancheira do João, à hora do almoço: prato normal para o meu filho mais velho, e o meu próprio prato hipo, ao jantar a mesma coisa, 3 pratos diferentes, caramba!
O desafio hoje foi muito interessante, até porque hoje o almoço de tacos encheu-me as medidas e porque o jantar estava divinal, adoro as bolas de legumes do João e o salteado nem se fala! Mas a cozinha, e a loiça...

01/07/2014

O 1º dia do Desafio 7 Dias Pku - Sofia

Confesso, hoje o dia foi um desastre!
A desorganização foi total e o pequeno almoço tomado a correr, como de costume, enquanto acabo de preparar a lancheira do João. Esqueci-me mais uma vez do ferro e  foi mesmo um stress porque havia uma viagem no colégio e o Joãozinho não podia chegar atrasado. E se assim começou o dia, caótico, pior continuou. 

Pequeno Almoço às 8h00 da manhã: Um copo de chá frio de menta sem açúcar e uma metade minúscula de pão hipoproteico torrada e com manteiga.
Às 9h00: um café expresso sem açúcar
Às 14h00: uma banana média, uma maçã starking pequena e duas cerejas.
Às 18h00: uma dúzia de batatas fritas de pacote devoradas (vergonha!)... Uma metade de pão hipoproteico torrado e com manteiga
Às 21h00: Um prato com um estufado em azeite de batatinhas novas com casca, cogumelos brancos, courgettes e cebola acompanhado de meia dúzia de tomatinhos cherry em salada e meia dúzia de cerejas.
O jantar foi igual ao do Joãozinho.

Amanhã melhoro! E já estou a preparar uma bela sopa para amanhã.

Quero sublinhar a alegria do João quando reclamando que a "minha" torrada era "dele", eu lhe expliquei que nestes dias, iríamos comer ambos o mesmo. Só pelo sorriso (desdentado) de orelha a orelha, valeu a pena!

26/06/2014

O Desafio : Uma semana de alimentação Hipoproteica Pku

E se fizéssemos um experiência, mais ou menos radical, e experimentássemos na pele a alimentação dos nossos filhos? Um grupo de dietistas inglesas ligadas à NSPKU vai fazê-lo, tomando os substitutos proteicos, e alimentando-se exclusivamente de comida hipoproteica. Esta fantástica experiência poderia ser adaptada de forma amadora por nós próprias. No meu entender é  muito complicado enveredar pela toma dos aminoácidos como este grupo vai fazer, mas poderíamos assumir o lado da alimentação hipoproteica em exclusivo e experimentar na pele o que é ter uma dieta altamente restritiva em proteínas cingindo-nos aos alimentos que lhes damos diariamente e nunca ultrapassando esta regra.  Só os alimentos hipoproteicos, as frutas e vegetais autorizados nas Tabelas dos nossos filhos poderiam entrar no prato e só! 
Uma das lancheiras de almoço do Colégio Pku do João
 O que vos parece? Esquecer o pão, a carne, os ovos, o peixe, o arroz ( no meu caso, não entra na dieta do meu filho), esquecer as leguminosas, esquecer a charcutaria tradicional, esquecer as pastelarias, esquecer os gelados cremosos, esquecer os chocolates, os pastéis de nata e bravamente, espartanamente comer como eles.
O desafio seria para começar dia 28 de Junho, como o da NSPKU, porque ao que parece, é o dia internacional da Pku, mas podemos adiar uns dias até termos as regras completamente definidas. 

Ficam algumas perguntas importantes que quero ponderar convosco :
1-Quantidades,  Fazemos uma proporção ao peso do individuo, ficamos restritas a uma dieta igualzinha à deles nas quantidades, ou  comemos uma quantidade superior mais adequada a um adulto? 
2- Os substitutos proteicos ou aminoácidos, na ausência deles, o que fazer? Aguentamos-nos à bronca? Tomamos leite completo em substituto das respectivas tomas ao pequeno almoço e lanche?
3- A batata, como fazer? Seguimos a dieta altamente restritiva em quantidades dos nossos filhos ou comemos batata normalmente porque faz parte da Tabela?
4- Massas e arroz: Comemos o arroz deles e as massas que são hipoproteicas, ou não? Ou comemos arroz, porque mesmo em quantidades mínimas ( arroz crú 6g=1Parte, arroz cozido 18g=1Parte), vem na Tabela autorizada?

Por favor manifestem a vossa opinião!

O que vos parece? A ideia é seguir durante 7 dias seguidos esta dieta hipoproteica e ir todos os dias publicando na página do blogue a ementa que se seguiu.
Candidatos ao desafio, procuram-se. 

Eu Sofia, Mãe do João Pku com 5 anos, estou pronta!

14/06/2014

Na Ribeira com 36º à sombra em Lisboa!

A Nova Ribeira à esquerda, as gingas lindinhas, e a Ribeira de sempre à direita
Montra de tomate, só para amostra porque ainda faltam na fotografia, os xuxa em rama pequenos que eu adoro!
Legumes multicoloridos e com cores trocadas? Ao centro um cesto de miniaturas "fofinhas" mas caríssimas!
O Mercado da Ribeira é um lugar incontornável na cidade, e vale a pena visitá-lo com alguma regularidade, porque para além de ser extremamente bonito, há sempre infindáveis descobertas a fazer. A montra de tomates na nossa habitual banca, estava imbatível, tomate ananás, tomate zebra, em rama amarelos, cor de laranja, vermelhos maçã ao rubro, sei lá, todos lindos de morrer e absolutamente irresistíveis! Os xuxa miniatura em rama, não me largam porque têm um perfume mágico que nos faz devorá-los até ao fim...
As gingas, os figos, as cerejas, os morangos, os pêssegos, as meloas, etc, etc.
Agora em parte remodelado (as obras ainda não acabaram), temos uma nave com uma enorme variedade de restaurantes e bares que só apetece ficar e petiscar e refrescar (é a palavra do dia!) com uma bebida fresca, mas já agora sem crianças. Para Pkus, este lado é quase impossível porque não há opções visíveis de buffets de saladas ou qualquer coisa do género. Alguém podia ter pensado num vegetariano, já para não sonhar com um vegan, com tanta oferta de verdes e frescos mesmo ao lado!
Está na altura de rever a Pontuação deste mercado:

Qualidade dos produtos : Excelente 5 Pontos
Apresentação: Média /Boa 4 Pontos
Quantidade: Boa 4/5 Pontos
Preço: Médio/Caro 3/4 Pontos
Lugar: Maravilhoso e metade ainda decadente 5 Pontos
Café: Bom mas excessivamente caro 5 Pontos

O café desta vez foi na Nave Time Out e num dos quiosques Delta, bom, normal, mas caríssimo!
As crianças tiveram um espaço privilegiado para esticarem as pernas em correrias loucas e matarem saudades, assim como nós, querida Paula!
Pois, não há bela sem senão.


11/06/2014

Todos à Ribeira! Segunda Chamada.

Da última vez foi assim
O mercado da Ribeira mudou. A nave esquerda do mercado foi concessionada à Time Out  e temos agora a Ribeira metade super chique e metade mercado tradicional com muitas bancas a despencar as frutas e legumes do costume. Só espero que os preços não tenham disparado!
O desafio dos Mercados está de volta e quem quiser aparecer para redescobrir o Novo Mercado da Ribeira, apareça pelas 11 horas no Hall Central. Agora vamos definitivamente abandonar o Cacau da Ribeira para o café e a dificuldade vai ser a escolha. Boa!

Eu Sofia, e  Paula esperamos por Vós, alegremente! Ansiosas por matar saudades e pôr as conversas em dia. Pelo menos um bocadinho, porque bem sabemos, as conversas são como as cerejas, nunca nos acaba a vontade de falar mais e mais... 

06/06/2014

Visita ao Mercado da Ribeira: Adiada.

Pepinos da Ribeira
Por motivos alheios à Organização, vimos anunciar que a visita ao Mercado da Ribeira foi adiada para uma data a anunciar posteriormente. 
Mas não desanimem, será para muito Breve!

Beijinhos e abraços

Sofia

09/05/2014

Almondegas (e não só...) de beringela


Andava há algum tempo há procura de uma boa receita de almôndegas que, em especial, não tivessem como base cogumelos. A receita que costumava utilizar tem como base a bolonhesa de cogumelos e não sou muito adepta de fazer coisas diferentes sempre com o mesmo sabor (embora tenha feito algumas experiências com a base desta receita...). Por outro lado o meu pequeno e exigente Vasco não é, regra geral, grande fã de cogumelos.
A receita que adoptei então é a deste site http://midwestveg.com/eggplant-meatballs/ que necessitou apenas de ligeiras adaptações e que resultou muito bem, porque a utilização da beringela ajuda a formar uma massa bastante coesa e muito saborosa. Mães com dificuldade em acertar numa receita de almondegas que não se desfazem, esta receita é para vós.
 Ingredientes:
1 beringela de tamanho médio (depois de descascada pesará à volta de 200-250g)
1 cebola pequena picada
2 dentes de alho bem picadinhos
1 chávena de migalhas de pão (utilizar pão de véspera triturado na picadora e NÃO substituir por pão ralado porque a capacidade de absorção de liquido de ambos é completamente diferente)
2 colheres de sopa de queijo hipoproteico ralado (mais ou menos 2 fatias de queijo trituradas na picadora);
salsa picada e sal a gosto
1 colher de chá de substituto de ovo
Preparação: Começe por descascar e cortar a beringela em cubinhos (na foto estão duas beringelas porque da última vez fiz a receita em dobro) 
Leve a cebola picada e o alho a refogar na frigideira com um bocadinho de azeite até amolecer. Junte a beringela em cubos e continue a a saltear até ficar bem dourada. Deixe arrefecer.
Triture o refogado da beringela na picadora até ficar numa massa. Junte as migalhas de pão, a salsa, o queijo e tempere com sal. Junte o substituto de ovo e misture bem.
Deixe a mistura repousar no frigorífico algumas horas ou de um dia para o outro para ficar bem firme. Molde em bolinhas para almondegas ou para fritar (revesti apenas com farinha de mandioca), mas também pode fazer hamburgueres ou mesmo espetadas. Isto foi o que resultou da minha última experiência:


 Para as almôndegas: leve-as à frigideira com uma ou duas colheres de azeite só até dourar o exterior ou então ao forno num tabuleiro untado até ficarem douradas. Os hamburgueres e as espetadas não necessitam de dourar previamente. A partir daqui as almôndegas estão pontas a ser utilizadas e podem ser congeladas. Para finalizar basta preparar um molho de tomate simples, e quando este estiver pronto é só deitar as almôndegas e deixar apurar por uns minutos ou então por mais tempo se estiverem previamente congeladas (nas fotos abaixo lancheira do Vasco com o clássico esparguete com almôndegas e imagem da preparação das ditas previamente congeladas). 


Experimentei também em formato espetadas, basta grelhar na chapa e ficam firmes e perfeitas (nas fotos abaixo espetadas grelhadas com arroz branco e salada de beterraba temperada com vinagrete balsâmico)
Experimentei também fritar as almondegas com e sem revestimento e ficam igualmente perfeitas sendo mesmo dispensável o revestimento. 
E finalmente hamburgueres (com arroz e azeitonas)
Espero que experimentem e contem os resultados.
Bom apetite!
Paula Viegas

07/05/2014

5 anos de Pku

5 anos
Passados 5 anos de Blogue, passados 5 anos de Família Mutabólica, continuo a crescer com o João no centro da minha vida. Alguns obstáculos que me pareciam intransponíveis revelaram-se, afinal, pacíficos. Se alguém me dissesse há dois anos atrás, que iria conseguir fazer pão, para o João, pão bom, massa de pizzas deliciosa, eu pura e simplesmente duvidaria. Graças a este grupinho de Mães que tão generosamente investiga e partilha as belas receitas adaptadas e experimentadas em modo Pku. Nunca me cansarei de lhes agradecer a todas, sem excepção e sem fronteiras. Neste capítulo pensamos de forma global e procuramos sempre a conciliação.
A integração social no colégio correu de forma relativamente pacifica, exceptuando as malditas viroses e algumas crises de mal estar com que o João enfrenta na hora da refeição. Não sei se por a diferença das ementas ser a que se sabe, ou se as regras de disciplina à hora de refeição serem demasiado rígidas, com castigos para quem se atrasa,etc. Não há bela sem senão. O Colégio é maravilhoso e a confiança que tenho no dia a dia é perfeita. Sei que ali tudo só poderá correr bem, que a atenção é focada e individualizada, que todos o conhecem e que a questão da alimentação merece o acompanhamento devido sem ondas ou dramas. A pesar do esforço comum, suspeito que o João sente a "insularidade" de ser Pku e se ressente. Não o impede de ser uma criança feliz e muito comunicativa, mas na hora do almoço e nos momentos das festas, ele está na sua ilha, com os seus bolinhos, as suas pizzas, o seu pãozinho especial, as batatas fritas, as gelatinas e as gomas. Compreender e ajudar, tentar suavizar este confronto com a diferença na hora das refeições, é o que podemos fazer. Pode ser que saia mais forte deste processo inicial e que seja uma etapa vencida para o futuro. E estamos em casa, até agora.
Entro este ano numa nova fase, a entrada no ensino oficial e a adaptação à Escola propriamente dita. Para não variar, sofro por antecipação com a perspectiva de mudança, o segundo passo importante do processo de socialização, a Escola. O João é um menino do Natal e por esse motivo tenho-me dividido na tentação de prolongar mais um ano de sossego no colégio ou o enviar tão novinho ainda com 5 anos para a Primária, ou o Primeiro Ciclo do Ensino Básico. Dividem-me os argumentos da possível imaturidade de ir ser o mais novinho da turma e ainda ter algumas questões da autonomia por resolver ou no outro prato da balança, o desfio de o ver crescer mais depressa, o desafio de o ver dar o passo da leitura que tanto o fascina e tudo o que vem atrás. Aguardo ainda o sábio conselho do médico de Desenvolvimento do HSM para tornar definitiva a minha decisão. 
Será que as questões de segurança da alimentação não vão correr maiores riscos por ser ainda tão novinho? Preocupa-me imenso pensar na escassez de recursos humanos que as Escolas hoje em dia oferecem. Será que vai haver um plena compreensão da parte da Escola do problema do João e dos riscos inerentes ao não cumprimento do Plano Alimentar. Não lhe posso ainda exigir o discernimento e a responsabilidade necessárias nesta situação e parece-me que a vigilância e acompanhamento na hora da refeição serão um problema simples de resolver se houver uma Escola à altura.
A apofen, dispõe aos seus associados um serviço que poderia ser muito útil nesta fase, o contacto com a Escola, com uma apresentação do doença e suas implicações. Um caso que ainda irei ponderar porque agora em fase de transição, volto a deparar-me com as dificuldades e o receio de não ser compreendida. On verra.

O Blogue continua para mim a ser uma fonte de alegria e este ano faço questão em que algumas das actividades conjuntas sejam mesmo cumpridas. A Chef Paula Viegas e eu já andamos a discutir o planeamento há que tempos!

Retomar os maravilhosos mercados. Na verdade, o Senhor Inverno não é muito amigo de actividades fora de casa, mas a bela Primavera já estoirou em pleno e os mercados exigem a nossa presença barulhenta e alegre. O mês de Maio está aí e as manhãs de Sábado nos mercados em Lisboa estão de volta! Maria João, Joana, Mafalda, Sónia, Isabel, Mães em geral and friends, estamos de volta? Com montes de saudades.

O Piquenique de Verão a exigir a nossa atenção, já tem sido tema de conversa com a Chef Paula Viegas, e já há sugestões de parques e jardins na mesa. É nesta altura em que se aceitam e agradecem sugestões.

Maio será também o mês em que O Hospital de Santa Maria retomará as Sessões para Pais com o Serviço de Dietética. Esperamos ansiosamente o anúncio da data e as novidades que sempre por lá acontecem.

Aguardamos também novidades da prometida Escola de Cozinha da apofen em Lisboa e mantenho a minha oferta de disponibilidade para ajudar a encontrar e marcar um lugar atempadamente. Seria muito bom!

O Primeiro trimestre do ano já passou mas agora voltamos em força com imensa energia e vontade de fazer as coisas acontecerem.

Bem Hajam!

Sofia