Ao fim do primeiro mês, posso contar pelos dedos de uma mão os dias em que o meu João Pku foi ao colégio. E ainda sobram dedos... E em metade dos dias estive presente nas actividades. Já estava mais ou menos preparada para isto, e o Inverno ainda está longe! A tosse cavernosa teimou em não ir embora e as ordens do médico foram para só regressar quando estivesse completamente limpo. A minha agenda secreta pessoal foi-se por água abaixo e estamos de volta à vidinha de sempre. Maravilhosa, eu sei, mas o colégio era também uma hipótese bem divertida para ele e que me libertava para começar a pensar de novo na minha vida. Confesso um certo desapontamento, esperava que fosse mais fácil. Mas serviço, é serviço! O período de transição que eu já esperava longo e trabalhoso, está a revelar-se uma continuação linear da rotina de sempre. Para além do ar incrédulo com que o mundo em geral me brinda a cada passo que damos na rua. E mais do que incrédulo, sinto as criticas nas minhas costas, a incompreensão habitual, se até a minha Mãe acha que eu estou a forçar! Mas não é verdade, sou completamente racional, não vai enquanto tossir de noite. É assim que eu sou a lidar com a doença do João, quadrada, cheia de arestas, inseguranças, estabeleço um plano e cumpro-o cegamente, surda aos comentários e criticas, às ironias das minhas amigas, "faz de ti gato sapato", e amanhã? Vai passear com a Mamã? Pois é, vai mesmo se tiver que ser. Às vezes apetece-me fazer um calendário e contar os dias que faltam, mas estou certa que a ampulheta virou e está já na sua fase final, que a libertação simultaneamente desejada e temida está iminente.
Ao quarto e último dia que foi ao colégio, declarou-me que não queria ir, que queria que eu fosse e ficasse com ele na sala. Se alguém menciona a existência do colégio, força uma tosse cómica. A educadora é atenta, amorosa e disciplinadora, tem tudo para ser perfeito, e vai ser. Não sei muito bem é quando. A Primavera é o meu limite, e para já, o colégio será apenas um aquecimento até passar o Inverno que ainda nem chegou. Como eu previa, o problema do colégio não seria o Papão da alimentação diferente, mas sim os vírus e as tosses. A Persistência e a Paciência são os nossos segundos apelidos logo a seguir a Mãe. Amanhã volto a tentar.
Olá Sophia, para dar força.... com tosse pela noite a minha filhota tb não ia à escola!!! E com ela não eram vírus, era alergias, as variações de temperatura, o frio de manhã, e o calor durante o dia.... tudo vai equilibrar e correr bem. Só pode!!
ResponderEliminarQuerida, tens que ser forte e seguir o teu coração de mãe!
ResponderEliminarEu também sou assim, cheia de inseguranças e medos quando a Iny está doentinha........mas faço o que a minha consciência me dita e o médico da Iny, já sabe que sempre peço atestado para fazermos a vigilância da recuperação em casa, porque as doenças crónicas deles....precisam!!!!!
Portanto se o médico que era contra as baixas dos pais para assistencia médica, consegue perceber que de facto estas crianças precisam....n serão certamente outras vozes que se vão fazer ouvir (na minha humilde opinião).
Para mim, as infecções (com as suas possiveis consequencias) sempre foram assustadoras, mas o facto é que fazem parte da vida em sociedade e as escolas dos nossos filhos, são poços de vírus e bacterias.....portanto tive que moderar este meu receio e decidi enfrenta-lo a cada dia que passa. Sempre que ela regressa bem,é uma vitória do sistema imunitário.....mas reconheço que os primeiros tempos de uma criança numa escola são a prova de fogo em termos infecciosos...
Na minha opinião temos que lhe dar mts miminhos quando regressam doentes porque é isso que eles precisam para recuperar (para além da medicação adequada).
Tenho fé (porque já passei pelo mesmo) que em breve tudo estará normalizado...é só mais um pouco de paciência, sem forçar e tudo entrará nos eixos para os os...filhote e mamã.
Beijinhos Grandes
Minhas Queridas,
ResponderEliminarObrigado pelas vossas palavras consoladoras. Na verdade para além de tudo, nada nos prepara para as carinhas de aflição, não me deixes aqui, para os abraços apertados que não querem acabar, para o choro sem lágrimas que me ficou gravado o dia todo na cabeça e no coração. Racionalizo o que consigo racionalizar, sei que tenho que o apoiar de cara alegre, mas o meu impulso é "salvá-lo" e "salvar-me" com ele e voltarmos para a nossa redoma de felicidade protegida. Após uma manhã miserável e deprimente em que o dia de chuva só serviu para acentuar, fui buscá-lo depois de almoço e para minha alegria estava risonho e bem disposto, trocando gracinhas cúmplices( e irritantes!)com a educadora. Mais um dia conquistado ao colégio. Como tu dizes, Sónia, rapidamente tudo entrará nos eixos. Ainda me lembro da emoção que senti quando foi o meu filho mais velho no infantário, são imagens que nos marcam indelevelmente. Um certo espanto de os ver a rir com outra pessoa, a dar os seus primeiros passos sociais em que nos remetem para um papel secundário. Mãe galinha e ciumenta dos meus pintos, sou eu.
Beijinhos
Sofia
Sophi, amiga, imagino sua dificuldade apesar de não poder saber já que o Arthur ainda não fou para escola, e só deverá ir com 4 ou 5 anos, como nos recomendaram os médicos, mas um dia vi a estrelinha dizer que o que a consolava é q a cada virose ou gripe a Iny se fortalecia em relação a imunidade e talvez seja bom a gente pensar assim.
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