People who are different change the world

02/04/2014

Os meninos com problemas de desenvolvimento precisam apenas de apoios especiais, na mesma escola.

O seguinte artigo do Professor Mário Cordeiro (Professor de Pediatria) vem publicado na Revista pais e Filhos e parece-me de uma enorme clarividência e importância informativa. Toca-me particularmente como Mãe de uma criança com DHMP e toca-nos a todos como comunidade. Leiam e divulguem.

Se uma criança for míope, ninguém contesta que frequente a escola, apesar de, sem óculos, ter dificuldade na aprendizagem. Os meninos com problemas de desenvolvimento precisam apenas de apoios especiais, na mesma escola.
Depois de um período em que as crianças com problemas de comportamento ou desenvolvimento não entravam no sistema educativo ou saíam dele precocemente, passou-se para uma fase da chamada ‘integração’, na qual as crianças com problemas deveriam ‘fazer um esforço’ para serem mais parecidas e acompanharem as consideradas ‘normais’. O passo seguinte parte para um novo conceito: a inclusão. Admitir que o universo da população é composto por seres humanos com diferentes características de personalidade, temperamento, competências, dons e talentos e que os ecossistemas, como a Escola, devem incluir todos, salvo raras e admissíveis exceções. Dando os apoios necessários a cada um, mas estimulando o que a partilha de saberes, experiências, vivências e aspetos sociais pode trazer de bom para cada um e para todos.
Se uma criança for míope em grau moderado ou elevado, ninguém contestará que frequente a escola, apesar de, sem óculos, ela ter grandes dificuldades no processo de ensino/aprendizagem. Além dos óculos, os professores tentarão tudo para que a sua deficiência não resulte emhandicap, como, por exemplo, coloca--lo na fila da frente.
Desta vez vou abordar uma outra situação: as chamadas doenças do espectro do autismo. Com a discussão que tem havido sobre eventual redução de apoios socioeducativos na educação especial, creio ser importante relembrar uma situação comum, que engloba várias doenças, mas que se revelam por sintomas e sinais parecidos. Para que as crianças possam beneficiar de todos os apoios necessários, no sentido de uma escola verdadeiramente inclusiva.
Autismo
Usa-se e abusa-se do termo ‘autista’. Se alguém não liga ao que dizemos rotulamo-lo de “autista”. Se um político, num debate, ignora o que o interlocutor está a dizer, lá o classificamos: “parece autista”. Os jovens são ‘autistas’ porque não ligam às vezes ao que os pais dizem. Um exagero. Um erro. Uma leviandade.
Por outro lado, tudo o que mexe é hiperativo e qualquer um que tenha momentos de distração poderá ter, com grande probabilidade (pela parte dos leigos, esclareça-se), um «défice de atenção».
Talvez valha a pena separar o trigo do joio. Há situações de autismo, assim como há síndromas de hiperatividade, com ou sem défice de atenção. E estas situações, a par das chamadas síndromas disléxicas e outras, devem ser diagnosticadas e tratadas atempadamente, para bem de todos. Mas daí a cair no exagero da rotulação vai um passo, inadmissível.
A palavra autismo vem do grego, da palavra «auto», significando «fechado sobre si mesmo». Assim, o autismo caracteriza-se por uma dificuldade extrema no relacionamento interpessoal e social, associado a problemas na comunicação verbal e não-verbal, grande atração por rotinas, movimentos e atividades repetitivas e monótonas, e uma relativa estreiteza de interesses, com grande stresse quando as rotinas se modificam.
Assim como há uma grande dificuldade ou mesmo impossibilidade, na criança autista, de se relacionar com os outros, também está comprometido o reverso da medalha – a criança não entende adequadamente os sinais que lhe são transmitidos, da fala à expressão facial e até a um gesto ameaçador ou um de afeto, não os sabendo interpretar, nem revelando interesse por eles.
Este grande grupo de situações – em que algumas crianças manifestam mais uns aspetos do que outros –, incluem entidades mais conhecidas atualmente, como o síndrome de Asperger e o síndrome de Rett, entre outras.
No conjunto das crianças, e tendo em conta a dificuldade em conseguir agrupar todas estas características no mesmo saco, pode estimar-se que seis em cada mil apresentam, em cada ano, sinais de que podem sofrer de uma destas situações. Reportando estes dados para Portugal, poderíamos dizer que todos os anos cerca de oitocentas novas crianças apresentarão alguma patologia desta área. Os rapazes têm uma incidência muito mais elevada: cerca de 4 a 5 vezes mais do que as raparigas, chegando a ser superior em alguns casos particulares, como o síndrome de Asperger.
As situações do «espectro do autismo» têm quatro grandes áreas de problemas:
• dificuldade na interação social e nas relações interpessoais;
• problemas acentuadas na comunicação – verbal e não verbal;
• comportamentos repetitivos, interesses obsessivos e estreitamento da visão da vida e das atividades;
• insegurança face a alterações de rotina;
Se pensarmos que estas áreas são prioritárias para nos sentirmos bem, para comunicar e nos relacionarmos – desde a família à sociedade –, poderemos entender bem que são deficiências que, facilmente, se podem tornar em handicaps, alterando profundamente a qualidade de vida da criança e dos pais, designadamente o seu futuro.
Mas atenção: estas áreas são muito vagas e podem ser sub ou supravalorizadas, conforme as circunstâncias e as pessoas. Muitas crianças relacionam-se mal com pessoas que não conhecem. Outras estão alheadas a ver televisão e não ouvem os pais chamar – até podem ter uma otite serosa e ouvir mal. Outras desviam o olhar quando sentem que fizeram asneiras e não querem encarar os pais. Ainda podem existir atrasos da fala normais e crianças que comunicam de formas a que muitos adultos não têm acesso. Finalmente, há idades em que os movimentos repetitivos e estereotipados são securizantes. Se se acabou e mudar de escola ou de casa, ou se se sofreu um trauma como uma hospitalização prolongada, podem apenas representar uma defesa.
As crianças com autismo têm uma característica: desinteresse pelas outras pessoas, não respondendo quando se chama pelo seu nome e evitando o contacto «olhos nos olhos».
A falta de compreensão das diversas formas de expressão que acompanham a fala – como a expressão visual, as rugas da cara, o sorriso (ou a zanga) e outros pormenores que nos permitem ver se uma pessoa está a brincar ou a fala a sério, se está alegre ou zangado, ou preocupado – leva a que a criança se feche num mundo dela, com total falta de empatia.
Muitas vezes, essa dissociação entre si próprios e a quem se referem quando falam deles leva a que, em vez de dizer «eu», digam «o Manel», «o Vasco», ou seja, se refiram pelo seu nome em vez de ser na primeira pessoa, como fator revelador de distanciamento até em relação a si próprios.
Para além da atração pelos movimentos repetitivos e rotativos, há uma diminuição da sensibilidade à dor, mas uma sensibilidade exagerada ao som, toque ou outros estímulos sensoriais, o que leva a um desagrado quando os pais (e especialmente outras pessoas) lhes tentam pegar, acariciar ou dar mimo.
Na síndroma de Asperger, por exemplo, as crianças revelam uma grande capacidade de aquisição de conhecimentos, podendo chegar quase à exaustão de um assunto, mas falta-lhes muitas vezes o doseamento emocional que leva a adequar o que se sabe ao que é realmente importante e pertinente.
Quais as causas?
Ainda não se conseguiu chegar a uma conclusão sobre as causas dos síndromes autistas, provavelmente porque haverá um conjunto de doenças diferentes, com causas também diferentes.
Os estudos da neurociência revelaram alterações na composição e no funcionamento do cérebro. Outros estudos referiram haver uma deficiência dos neurotransmissores, substâncias – como a serotonina – que facilitam a passagem dos estímulos e da informação entre os neurónios.
Uma coisa é certa: sejam quais forem as causas destas situações, os pais não têm qualquer culpa. Nem quanto à herança genética que transmitiram aos filhos, nem quanto à educação que lhes deram, práticas que tiveram ou eventuais erros e lacunas que (como todos nós) cometeram. É fundamental sublinhar isto vezes sem conta.
O que há a fazer?
 Com um tratamento e abordagem adequadas, há grande probabilidade de a criança poder evoluir para uma vida com maior autonomia. A adolescência é um período crítico, por razões óbvias. Face a um leque de sintomas desta ordem, há depois testes mais específicos que podem auxiliar ao diagnóstico – mas a visão multidisciplinar, que passa pelos neuropediatras, neuropsicólogos e psicólogos – , é essencial. A intervenção, depois, de um terapeuta da fala, de especialistas de psicomotricidade e outros técnicos destas áreas é essencial. Os terapeutas do âmbito da neuropsicologia, psicomotricidade e comunicação, entre outros, abriram novos horizontes para que, mesmo não se podendo modificar o funcionamento cerebral ou o «erro» que existe no «sistema operativo», se possam colmatar essas lacunas com aprendizagem de competências e de desempenhos. Uma coisa é certa: quanto mais cedo o tratamento começar, maiores as probabilidades de êxito e o tratamento só pode ser precoce se o diagnóstico for, ele mesmo, também precoce.
E se o apoio educativo e a inclusão escolar não faltarem, claro....

06/03/2014

Papas

O Pedro a dar a papa ao ainda bebé Vasco
A papa é a primeira refeição dos nossos bebés quando transitam do leite para o prato e considero absolutamente obrigatório que neste blog haja um post só dedicado às papas hipoproteicas.
Inicialmente pode ser umas das refeições principais e mais tarde pequeno almoço ou lanche.
No início achei que as escolhas de papa para o meu filho seriam muito limitadas, basta ver a imensidão de escolhas de papa que se vendem nos supermercados. Mas essa imensidão é enganadora, dado que todas tem por base cereais e depois é acrescentado um ingrediente que as distingue das demais: a bolacha, o iogurte, as frutas, o mel, etc...
Apesar do meu Vasco não ser um fã de papa (e actualmente raramente come), ou então por isso mesmo, começei a procurar alternativas e experimentar receitas diversas. Ironicamente as papas que ele gostava mais eram as hipoproteícas da Milupa. Todavia não é por isso que eu deixei de lhe dar a experimentar outras. Estas são algumas sugestões que experimentei e que o Vasco comeu, uma ou mais vezes, consoante o que gostou mais. 
Este post é para todos os que adoram papas, especialmente para as mães com bebés pequenos, que assim poderão diversificar um bocadinho as primeiras refeições destes.  Atenção, como sempre, às partes autorizadas e orientações da dietista.

1. Combinação básica: Bolachas + fruta: aqui tudo depende dos gostos. As preferidas são: papa de banana, bolacha maria hipoproteica e sumo de laranja; papa de puré de maçã com bolacha de caramelo hipoproteica;

2. Nutribem: esta é a papa básica que me foi recomendada inicialmente. Costumava prepara-la com o leite especial do Vasco aquecido e depois ia variando o sabor. Sugestões: a) uma colher de sopa de sumo de laranja; b) uma pitada de canela; c) uma colher de chá de mel; d) uma colher de chá de extracto de baunilha;

3. Maisena: Esta papa apenas fica boa se for cozida, portanto tem de ir ao lume e ferver. Costumava preparar da seguinte forma: coloque uma colher de sopa de maisena numa panela pequena e junte um pacote de leite hipoproteico (com água fica intragável) e uma colher de sobremesa de açucar. Leve ao lume a fever. Pode juntar os aminoácidos depois de pronta. Como a papa é neutra costumava ir variando o sabor. Sugestões: a) casca de limão; b) casca de laranja; c) um bocadinho de chocolate hipoproteico derretido; d) um pau de canela; e) uma colher de chá de extrato de baunilha;

4. Farinha de custarda: a base é o amido de milho com baunilha e foi a Sofia que me apresentou esta farinha. Vende-se nos hipermercados da marca Condi e da marca Bird's. Costumava preparar esta papa da seguinte forma: Levar ao lume uma colher de sopa rasa de farinha de custarda, uma colher de chá de açucar e um pacote de leite hipoproteico. Como o sabor da papa é baunilha, não acrescento mais nada;

5. Papa de massa: Triture massa hipopoteica até ficar reduzida a um granulado fino (quem tiver bimby é fácil). Coloque num tacho 1-2 colheres de sopa de pó da massa e um pacote de leite hipoproteico e um pouco de açucar. Leve a ferver até ficar um preparado homogéneo (fica com a consistência parecida à papa de aveia). Para aromatizar (porque não tem grande sabor) juntar uma colher de sopa de puré ou doce de maça, uma colher de café de canela e passas.

6. Papa de leite e bolacha: Aqueça cerca de 1,5 dl de leite hipoproteico (ou o leite especial). Triture cerca de 30g de biscoitos hipoproteicos a gosto (aproten frutas, caramelo, canela, etc) e junte ao leite misturando bem. Pode juntar também juntar puré de maça ou banana esmagada.

Deixo-vos estas ideias de papas, como base, porque uma papa hipoproteica pode e deve ser diversificada e adaptada ao gosto dos nossos bebés. Tomem lá papas de supermercado cheias de aditivos!

Infelizmente não tenho fotos ilustrativas das papas :(

Bom apetite!

Paula Viegas

15/02/2014

Molhos da Sophia

Respondendo à provocação da Chef Paula Viegas, aqui vai um resumo:

Os meus molhos são à la minute, feitos na hora e consoante o humor e o que tenho à mão. Na verdade, não sou muito de molhos e como sou completamente desorganizada sigo absolutamente o que me vai na telha:

1- De tomate
Faço-o consoante a estação:

Se for Verão, uso o tomate fresco comprado no mercado e nunca falta o bom azeite extravirgem, as ervas frescas e a cebola nacional rosada a estalar que é a melhor de todas, e o sal marinho, claro! Posso juntar uma colherzinha de açúcar ou não depende da acidez, mas fica sempre bem. E se estiver muito espesso uma pouca de água a olhómetro.
Se for de Inverno, e na falta do melhor produto fresco, recorro aos nossos molhos pré-preparados da Compal, da Guloso e da Heinz e posso diluir com polpa de tomate (a das embalagens das caixinhas), o azeite extravirgem, e o manjericão, ou o cebolinho, ou a fresca salsa cortada.

(Sou obsessiva com o produto nacional, se é bom, excelente! e dá emprego aos portugueses. A cebola rosada portuguesa, escolho-a a dedo na minha mercearia do bairro e é absolutamente maravilhosa, sumarenta e suculenta como não há igual. No Verão, compro-a nos mercados, mas nunca, nunca a encontrei em supermercados.)

A esta base, basta juntar ou pimento vermelho no refogado, ou azeitonas, ou cogumelos e está feito o prato principal ao qual se juntam as massas. Posso triturar ou não, consoante os humores do pequeno.
Um exemplo de utilização nos cestos do colégio do João, desta vez com cogumelos triturados, a minha bolonhesa!

2- De queijo
Com base bechamel hipo, junto uma colher de preparado de pão de queijo da Yoki para dar o tom cheese, ou queijo ralado hipo se tiver disponível (excluo o cor de laranja da Taranis que dificilmente se derrete).
O bechamel faço-o com leite hipo, uma colher de farinha Maizena, uma colher de manteiga, e costumo temperar com sal marinho e um toque de noz moscada.
Um exemplo de utilização deste molho com penne  num cesto do colégio do João.

3- Vinagrete para as Saladas Frias
É um dos nossos favoritos lá de casa e o João bebe-o da colher de servir dizendo, que delícia! Básico dos básicos, o segredo está no vinagre balsâmico que deve ser bom. Costumo usar o da Gallo que tem uma oferta de vinagres excelente e com preços acessíveis. Azeite extravirgem generosamente servido, uma colherzinha de café de sementes de mostarda, vinagre balsâmico a gosto, sal marinho e umas ervas aromáticas frescas muito bem cortadinhas. Para saladas de alface, cenoura, batata, beterraba ou em saladas russas é o que melhor substitui a maionese e todos adoramos este molho.
Um exemplo de utilização numa salada fria nos cestos do colégio do João.

4- Também costumo usar o leite de coco, mas agora recentemente caiu em desgraça no gosto do João, e é pena porque com um toque de caril fica delicioso nos estufados.

Que me lembre são os meu básicos. 

11/02/2014

5 (bons) molhos para massa

Massa é um dos alimentos que o meu pequeno Vasco come melhor. Massa simples com um pouco de manteiga ou manteiga de ervas é, regra geral, a maneira mais básica que eu tenho de servir a massa. Todavia, como o Vasco já vai fazer 4 anos, e inspirada no livro da Cláudia Villax "Da Horta para a Mesa" (ver aqui http://www.azeitonaverde.pt/gourmand-world-cookbook-awards/), começei a investir em molhos mais variados. Pesto de manjericão é o meu molho favorito para massa e então começei por adaptar este. Para ele, numa versão não muito intensa, mas saborosa, para ir introduzindo novos sabores.
Pesto de manjericão:
Uma mão cheia de folhas de manjericão (quem quiser um sabor mais intenso pode aumentar a quantidade)
1dl de azeite virgem
1 dente de alho pequenino
1 bolacha de água e sal Loprofin (a bolacha serve para dar a consistência que os pinhões dariam ao molho)
1 pitada de sal
Colocar tudo num copo alto e triturar bem com a varinha. Está pronto a servir. Pode ser congelado em doses.
Esta quantidade dá para temperar umas 8-10 doses de massa.
Tagliatelle com pesto de manjericão, rissóis de couve flor e tomate
Como tomate seco também é um dos meus condimentos favoritos, fiz também um pesto de tomate seco da seguinte forma:
Pesto de tomate seco
6 metades de tomate seco (o tomate seco que tenho é de pequeno tamanho)
1dl de azeite virgem
1 dente de alho pequenino
1 bolacha de água e sal Loprofin
1 pitada de sal
Colocar tudo num copo alto e triturar bem com a varinha. Está pronto a servir. Pode ser congelado em doses.
Esta quantidade dá para temperar umas 6-8 doses de massa.
Fusilli com pesto de tomate seco, omelete e salada mista
 Congelei ambos os pestos em doses
Em tempos também publiquei aqui uma receita de molho de tomate um pouco trabalhadosa, mas actualmente, quando o tempo não é muito, faço um molho de tomate mais simples, que uso para massa e pizza: o segredo está em utilizar o melhor tomate que conseguir. O tomate fresco é sempre melhor, mas como não está na época dele, utilizo o tomate enlatado da Mutti (ver aqui http://www.mutti-parma.com/en/our-range/polpa-tomato-pulp) que, na minha opinião, é muito bom e a acidez é minima, o que resulta num molho bem saboroso, sem necessidade de adicionar açucar ou manteiga para cortar a acidez tipica do molho de tomate.
Molho de tomate em doses, pronto a congelar
A receita que faço é esta:
Molho de tomate simples
2 latas pequenas de tomate triturado Mutti
4 dentes de alho (a quantidade é sempre 2 dentes de alho para cada lata de tomate)
azeite virgem qb
Num tacho médio coloque azeite de forma a cobrir o fundo e junte o alho em fatias. Leve ao lume. Deixe o alho fervilhar um minuto e junte o tomate. Deixe ferver em lume brando até reduzir e ficar um molho espesso (cerca de 30-40m). Está pronto a usar e pode ser congelado em doses.
Esparguete com molho de tomate, um clássico
Dois outros molhos que faço com regularidade são o molho de azeite e alho e o molho de queijo.
Molho de azeite e alho é basicamente colocar na frigideira uma quantidade de azeite virgem suficiente para a massa que se pretende e alho bem picadinho. Pode-se juntar ervas aromáticas picadinhas se desejar (com coentros fica óptimo). Deixar ferver um minuto para cortar o picante do alho mas sem queimar. E está pronto a servir.
Esparguete com molho de azeite e alho, azeitonas e tomate e dois palitinhos de pão com manteiga de ervas
Por último o molho de queijo. Gosto muito da receita de molho de queijo do site cookforlove, mas como nem sempre tenho o tempo suficiente para a fazer, costumo fazer a receita que se segue.
Prepare um molho bechamel simples (1 colher de manteiga, 1 colher de farinha hipoproteica bem cheia e um pacote de leite hipoproteico). Tempere com sal, noz moscada e um pouco de sumo de limão. Juntar 3 fatias de queijo Taranis (o Vasco só come este queijo desde que seja cozinhado) e triturar bem com a varinha até ficar cremoso. Está pronto a usar e pode ser congelado.
Cotovelos com molho de queijo gratinados
Doses de molho de queijo para congelar
Estes são os molhos básicos favoritos do Vasco, que, na minha opinião são saborosos e fáceis de preparar. Não querem partilhar também os vossos? A massa é um básico na culinária hiporoteica e tenho a certeja que haverá por aí mais molhos deliciosos para experimentar.
Beijinhos
Paula Viegas

08/02/2014

Capítan Pku

Érase una vez un niño diferente, que no podía comer ni huevos fritos, ni croquetas de pollo, ni hamburguesas, ni pescado...
Este niño se llamaba Martín y sólo comía cosas de colores: naranjas, tomates, pimientos, zanahorias, judías verdes...
En la escuela el mejor amigo de Martín era Ahmed. Siempre se sentaban juntos en el comedor.
- Y tú ¿por qué nunca comes hamburguesas? –le preguntó un día Ahmed.
- Porque no me sientan bien. ¡Me pongo malo!
- Pues yo no puedo beber leche, porque se me hincha la cara y me pica todo el cuerpo –dijo Ahmed.
- ¿Por qué? –preguntó Martín lleno de curiosidad.
- Soy alérgico a la leche.
- Pues yo no puedo comer hamburguesas porque soy PKU.
- ¿Qué es PKU? –preguntó Ahmed.
- No lo sé... –y levantó los hombros.

Disponível para download gratuito 
http://www.guiametabolica.org/sites/default/files/conte_pku_cast.pdf


Era uma vez um menino diferente, que não podia comer ovos estrelados, nem croquetes de frango, nem hambúrgueres de vaca, nem os douradinhos do Capitão Iglo. Este menino chamava-se João, Vasco, André, Pedro ou Guilherme, ou era uma menina e chamava-se Ana, Rita, Catarina, Vera ou Luzinha, e só comia alimentos de cores, laranjas, pimentos, cenouras e tomates, feijão verde....

Desde que o João nasceu que sonho desenhar uma história simples em que lhe explique o principal sobre esta doença misteriosa que é a Fenilcetonúria, que o ajude a ver esta condição alimentar como sendo uma caracteristica que o torna mais um diferente entre diferentes, quero eu dizer que o facto de ser diferente é simplesmente a sua condição com a qual tem que lidar naturalmente e que se olhar em volta, o mundo está cheio de meninos que por as mais variadas razões, de saúde, de cultura, de religião, se alimentam de forma diferente. Sem desdramatizar excessivamente, porque compreender bem os riscos do não cumprimento do Planos alimentar é fundamental para a sua segurança., mas que o ajude a encarar de forma mais natural a diferença.

Enquanto não saiem os meus desenhos, vou aproveitar esta bela história do Capítan Pku que é belíssíma. Ou não tenha origem no Hospital de San Joan de Déu, o meu paradigma do que se faz de melhor em investigação e divulgação das Doenças Metabólicas. 

27/01/2014

Finalmente, o Kuvan disponível.

Diário da Républica, II Série de 27 de Janeiro de 2014

Ministério da Saúde
Gabinete do Secretário de Estado da Saúde

Despacho 1261/2014

http://dre.pt/pdf2sdip/2014/01/018000000/0262802628.pdf


Alguns excertos:
2- O medicamento comparticipado pelo regime especial previsto no número anterior é o constante do anexo deste despacho, que dele faz parte integrante, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
3- O medicamento abrangido pelo presente despacho apenas pode ser prescrito pelos Hospitais de referência para o Tratamento de Doenças Hereditárias do Metabolismo com unidades de Doenças Metabólicas (...).
4- A dispensa deste medicamento ao abrigo do presente despacho é efectuada exclusivamente através dos serviços farmacêuticos dos hospitais mencionados no ponto anterior, para utilização em ambulatório.
5-  A dispensa deste medicamento ao abrigo do presente despacho é gratuita para o doente, sendo os respectivos encargos financeiros da responsabilidade da Administração Regional de saúde competente, salvo se (...).
6- A inclusão de outros medicamentos no presente regime especial de comparticipação depende de requerimentos dos seus titulares de autorização de introdução no mercado, nos termos definidos no regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, aprovado em anexo ao Decreto -Lei n.º48 -A/2010, de 13 de maio, na sua redação atual, devendo, em caso de deferimento, ser alterado o anexo do presente despacho.
14 de janeiro de 2014. — O Secretário de Estado da Saúde, Manuel Ferreira Teixeira.

Anexo
Kuvan (cloridrato de sapropterina):
5164173 — embalagem contendo 30 comprimidos solúveis, doseados a 100 mg.

17/01/2014

O Kuvan no Infomed

E porque vale mesmo a pena explorar o Infomed, não poderíamos deixar de ir à procura deste medicamento, o Kuvan, que tanta esperança (e alguma polémica) nos desperta. 

É mesmo assim que eu o vejo, como uma porta de esperança no futuro que espero cada vez mais próximo. Que seja melhorado e se torne mais abrangente, que se torne mais acessível e o seja efectivamente a quem dele pode beneficiar.

Continuando a nossa pequena investigação, alguns factos:

A Denominação (DCI) é Sapropterina
É um medicamento orfão
Foi autorizado em Dezembro de 2008 pelo Infarmed
Não é um genérico
Quem detém a sua patente em Portugal é a Merck Serono Europe Ltd.
Apresenta-se em comprimidos solúveis de 100mg
Cada frasco tem 30 comprimidos
Composição qualitativa em substâncias activas: Sapropterina, dicloridrato

E mais:
Comparticipação 0%
Não é comercializado.
O P.V.P. = 701.78€

Indicações terapêuticas
Kuvan é indicado para o tratamento da hiperfenilalaninemia (HFA) em adultos e doentes pediátricos, com idade igual ou superior a 4 anos, com fenilcetonúria (PKU), que mostraram responder a este tratamento (ver secção 4.2). 

Kuvan está também indicado para o tratamento da hiperfenilalaninemia (HFA) em adultos e doentes pediátricos de todas as idades com deficiência em tetrahidrobiopterina (BH4), que mostraram ser respondedores a este tratamento (ver secção 4.2). 

4.2 Posologia e modo de administração 

O tratamento com Kuvan deve ser iniciado e supervisionado por um médico experiente no tratamento da PKU ou deficiência em BH4. 
Enquanto tomar Kuvan é necessário efetuar uma monitorização ativa da fenilalanina ingerida na dieta e da ingestão total de proteínas, para garantir o controlo adequado dos níveis de fenilalanina no sangue e o equilíbrio nutricional. 
Como a HFA, devido a PKU ou a deficiência de BH4, é uma situação crónica, assim que seja demonstrada resposta ao tratamento, Kuvan destina-se à utilização a longo prazo. No entanto, existe informação limitada no que se refere à utilização a longo prazo. (....)

É este o estado da arte, continuamos a aguardar por mais e melhores notícias.

07/01/2014

O Site do Infarmed à mão dos utilizadores como nós

O xarope Clamoxyl mudou a sua composição e passou a conter aspartamo, Raios!  Por este motivo, deixou de ser uma escolha para crianças com Fenilcetonúria. Muita pena tenho eu, que sempre recorri a ele com o meu filho mais velho e agora também com o Joãozinho. Na falta deste antibiótico geralmente prescrito para as infecções da infância, fica-nos o principio activo, a Amoxicilina, e com a palavra chave podemos desvendar as bulas de todos os medicamentos autorizados em Portugal no site do Infarmed, e assim procurar um substituto que não tenha o maldito aspartame. Os medicamentos são obrigados a submeter ao Infarmed qualquer alteração a que sejam sujeitos, para autorização, um bom princípio de segurança.

Recorrendo a uma querida Irmã minha que é farmacêutica hospitalar, partilho convosco umas dicas de utilização do site do Infarmed para leigos. É fácil!
  1. Aceder ao site do Infarmed
  2. Baixar a página principal até ao fim. Quando avistar os serviços on-line, clicar no quadro Infomed
  3. Clicar no quadro ao centro que diz: Acesso à base de dados Infomed
  4. Na pesquisa de medicamentos, preencher o DCI (Denominação) com a substância activa que procuramos, no caso: Amoxicilina
  5. Se tivermos mais algum dado importante que facilite a procura, como a Dosagem, ou a Forma Farmacêutica (comprimido+suspensão oral, por ex.), introduzimos e clicamos no botão pesquisar, com a lupa ao lado.
  6. Et voilá! A pesquisa apresenta-nos a lista de medicamentos com este principio activo autorizados no nosso país, agora é só começar a clicar no primeiro que nos serve e consultar os detalhes.
  7. O primeiro medicamento que corresponde à busca na forma de pó para suspensão oral, é da Generis e após ler com atenção os detalhes, constatamos que contém o maldito aspartamo também... Grrrrr!
  8. Passo ao próximo e segue-se o Amoxicilina Labesfal, 250 mg/5ml pó para suspensão oral, ora vamos ler os detalhes e.... Bingo! não contém aspartamo.
  9. Agora é só perguntar ao nosso médico, se este pode ser e encontrá-lo na Farmácia ou então, seguir a lista dos outros até encontrar um que nos sirva.
Parece complicado? Mas não é e deixa-nos muito mais felizes porque podemos também nós ajudar a encontrar a agulha no palheiro. Experimentem!

Obrigada Tia Francisca!

* olha que engraçado, a goma xantana também é utilizada nestes xaropes!

31/12/2013

Bolo Xadrez

   
Ingredientes:
  • 2 pc de preparado para bolo da Taranis
  • 1 c sopa de Nesquik
  • 1 pc de boca doce caramelo
  • 2 pc leite
Modo de fazer:
Preparar os preparados para bolo conforme as instruções e num dos preparados juntar o Nesquik. Faça dois bolos iguais, um “ branco” e outro “ preto”.
Depois de cozidos e frios desenforme e corte em três círculos cada um dos bolos.(2 círculos e o centro fica em forma de cilindro)
Faça o pudim boca doce segundo as instruções mas em 400 ml de leite.
Deixa arrefecer.
Monte o bolo, coloque um circulo de chocolate, barre todo o interior com o pudim e coloque o outro circulo, mas branco, acabando  com o esfera interior em chocolate. Barre o cimo  do bolo e faça o mesmo colocando as cores ao inverso em cima da primeira montagem.
Barre o bolo com o resto de pudim e decore a gosto.
Bon appetit!

29/12/2013

A Fenilcetonúria em questão, na Sessão de Dezembro no HSM em Lisboa

A definição da doença e a sua história
O diagnóstico, a genética, o tratamento
Os princípios gerais do tratamento e o tratamento dietético
No dia 11 de Dezembro, uma segunda feira a seguir ao almoço, como já vem sendo habitual, decorreu o III Módulo de Formação para Pais e Familiares sujeito ao Tema Dietoterapia nas Doenças Hereditárias do Metabolismo, no Hospital de Santa Maria.

Desta vez, o enfoque foi dado à Fenilcetonúria, um tema que me toca muito directamente a mim. Nunca é demais ouvir as explicações desta doença com a qual como muitos de nós, convivo diariamente, há sempre muito a aprender e reaprender. A rotina, por vezes, apaga-nos a consciência dos contornos reais da doença. Lembrei-me de muita coisa e regressei a algumas dúvidas e interrogações persistentes sobre a doença do meu filho. Afinal há mais de 500 mutações da Fenilcetonúria? Pelo menos 524 identificadas em 2006. Qual será a do meu menino!

A sessão foi muito interessante e como de costume a participação de todos foi muito viva e emotiva, com perguntas e ilustrações dos nossos casos particulares que ajudam e muito a compreender as diferentes idades da doença. A Drª. Zélia rematou com um video, que para alguns foi novidade para outros uma nova oportunidade de rever um trabalho muito interessante feito pela Susana Cruto, sobre a Fenilcetonúria numa perspectiva de dentro, de quem está na pele de uma doença metabólica, não a Pku, mas de quem conhece bem os meandros das DHMP.

http://www.youtube.com/watch?v=NiEd_5W10pU

No final ficámos ainda a conhecer alguns produtos novos acabadinhos de chegar ao mercado e levar umas amostras para casa. Foi óptimo e muito mais promete o ano de 2014!
Hora de provar as novidades!
Mais uma vez repito, um Novo e Feliz Capítulo foi aberto este ano de 2013, é uma vertente fundamental no apoio aos Pais e Famílias de crianças com DHMP que o nosso Centro de Tratamento iniciou este ano. A formação adequada com espaço para debate é fundamental para clarificarmos as nossas dúvidas e partilharmos experiências e debatermos estratégias com a equipa que nos conhece e assiste.
O Ano de 2014 promete Sessões com grupos de Trabalho, Livros de Receitas na forja, Sessões de Cozinha !

Um enorme bem Hajam para a nossa Drª. Zélia Patrício, para a Drª Patrícia Nunes e toda a Equipa de Dietética e Nutrição

21/12/2013

A Ceia de Natal, mais ideias precisam-se!

Para uma Ceia de Natal em que a mesa também brilhe com maravilhas e doçuras hipoproteicas, fizemos um pequeno levantamento das nossas receitas já aqui publicadas no Blogue a propósito deste tema.

Mesa de Entradas e Pratos Principais

1. A Primeira Ceia: 
Tapenade, Caldo Verde e Cenoura Espiritual,  by Chef Paula Viegas:

Mesa de Doces Deliciosos

1. O Tronco de Natal da Chef Ana da Câmara:

2. O Bolo Rei Pku da Chef Ana da Câmara:

3. Palitos de cerveja da Chef Ana da Câmara:

4. Os fantabulásticos biscoitinhos de Natal de manteiga da Chef Ana da Cãmara:

5. As brilhantes e coloridas Estrelas de Natal de Anis da Chef Ana da Câmara:

6. As (mais belas e perfeitas) Bolachinhas de Natal da Chef Paula Viegas:

7. As bolachinhas de Natal de Champanhe, canela e limão da Mãe Sophia (moi-même!):

8. As Rabanadas, Aletria e Arroz Doce da Mãe Ana e da Sofia:


9. As doces rabanadas da Avó da Catarina:


10. A Primeira Ceia: As Filhoses de maçã e as Rabanadas da Chef Paula Viegas:

11. Os Sonhos de Natal dos Amigos Anamix:

19/12/2013

Finalmente Pão II - Versão simplificada

Já publiquei aqui a minha receita de pão  (http://pkumetabolicas.blogspot.pt/2012/11/finalmente-pao.html), que é a única que me resulta bem e que o Vasco come, especialmente em formato de pãezinhos.

Já fiz inumeras vezes a receita e como leva bastante tempo, fiz uma pequena alteração para simplificar: cortei a etapa de deixar o pão levedar e passei a colocá-lo directamente no forno após a confecção e resultou ainda melhor. Por outro lado a minha forma de pão (com 30cm de comprimento) era enorme para a quantidade de massa da receita orginal que resultava sempre num pão baixinho, então aumentei as proporções da receita e consegui um verdadeiro pão de forma.

Aqui fica então a versão actual da receita do meu pão:

Para fazer pãezinhos:
Fermento: Misture numa tigela 60ml de água morna com 2 colheres de chá (colher medida) do fermento que vem com a farinha e 1 colher de chá de açucar. Deixe repousar durante 10 m para activar o fermento. Fica com este aspecto:
Massa:
230g de farinha Loprofin
80g de polvilho doce
12 gm de psillium husk
2 colheres de sopa de flocos de batata (a Sofia já fez sem flocos e resultou muito bem)
2 colheres de chá de sal
270ml de leite hipoproteico morno
2 colheres de sopa de manteiga derretida
2 colheres de sopa de mel (mais escuro é melhor para dar cor, obrigada pela dica Sofia)
Misture bem os ingredientes secos numa tigela (farinha, polvilho, psillium husk, flocos de batata e sal) com a batedeira na velocidade lenta. Misture à parte o leite, a mistura do fermento, a manteiga e o mel num copo alto. Junte a mistura liquida gradualmente aos ingredientes secos e bata em velocidade média durante 1 minuto. Deixe a mistura repousar tapada por 10m (serve para as farinhas absorverem bem o liquido). Povilhe a bancada com farinha e deite a massa que deve estar espessa e pegajosa.
Povilhe um pouco de farinha por cima e amasse levemente juntando apenas uma quantidade minima de farinha para não se colar muito.
Molde pãezinhos, do formato que se quiser, e coloque num tabuleiro untado. Leve a forno pré aquecido a 180º (é muito importante que o forno já esteja bem quente) por 15-20 minutos. Estão prontos. Como podem ver na foto, ficam mais brancos do que a versão anterior, porque reduzi substancialmente o tempo de cozedura, mas vou testar a dica da Sofia de juntar um mel mais escuro (o que junto habitualmente é muito claro). Em compensação ficam mais fofos.
Para fazer pão de forma (se tiver uma forma de pão pequena pode usar as quantidades supra referidas, se a forma for maior como a minha - 30cm de comprimento - as quantidades que utilizo são as seguintes):
Fermento: Misture numa tigela 90ml de água morna com 4 colheres de chá (colher medida) do fermento que vem com a farinha e 2 colher de chá de açucar. Deixe repousar durante 10 m para activar o fermento. 

Massa:
350g de farinha Loprofin
120g de polvilho doce
15 gm de psillium husk
3 colheres de sopa de flocos de batata
3 colheres de chá de sal
400ml de leite hipoproteico morno
3 colheres de sopa de manteiga derretida
3 colheres de sopa de mel

Proceda como acima referido para a preparação da massa. Depois de repousada e ligeiramente amassada, coloque a massa na forma de pão untada com manteiga. Leve a forno pré-aquecido (é muito importante que o forno já esteja quente) a 180º durante 30 mínutos. Decorrido este tempo retire a forma, pincele a superfície do pão com manteiga derretida para alourar bem e leve ao forno por mais 15 minutos. Retire do forno, desenforme e deixe arrefecer.

Esta receita é muito versátil e o pão fica com bom sabor e consistência. Também é possível fazer wraps ou tortilhas como referi no post original.

Beijinhos
Paula Viegas

Panna Cotta


650 ml natas Hoplá
350 ml leite Prozero
1 pacote de gelatina agar-agar vahiné (2grs)
60 grs açúcar
1 colher de café de baunilha líquida vahiné

Para a cobertura:
150 grs de framboesa congelada (ou morangos)
60 grs açúcar
½ limão pequeno
2grs de fécula de batata
½ chávena de água (a utilizar mais ou menos consoante se goste do molho mais ou menos líquido)

Desfazer a agar-agar num pouco do leite frio e juntar ás natas. Levar esta mistura ao lume até levantar fervura. Juntar o açúcar e deixar ferver mais um pouco. Provar para ver se estão cozidas, retirar do lume e juntar a baunilha.
Deixar arrefecer um pouco e passar por um passador de rede fina para retirar a gordura e por causa da gelatina. Quando arrefecer mais, se criar uma capa de gordura por cima, retirar. Colocar o líquido numa forma pincelada com óleo e deixar solidificar no frigorífico de um dia para o outro.

Levar as framboesas ao lume com o açúcar e o limão, juntar um pouco de água consoante a consistência que se deseja. Adicionar a fécula de batata para espessar o molho e torná-lo mais brilhante.

A panna cotta pode ser servida em taça com o molho por cima ou desenformada e regada com o molho de framboesas. Pode-se enfeitar com mais umas framboesas por cima a gosto.
(A cobertura também pode ser de morango, ou de um molho de chocolate.)


18/12/2013

Os meus pãezinhos preferidos

O sonho dos pãezinhos realizou-se
E porque quem conta um conto, acrescenta um ponto... 

Finalmente arranjei a coragem para tentar a receita de pão da Paula Viegas.
Já tinha dado a provar ao João um dos deliciosos pãezinhos da receita feitos pela própria Chef Paula e ele adorou, para mal dos meus pecados! Ao fim de um ano(?) da publicação da receita, hoje foi o dia. 
O Joãozinho em casa super constipado neste Inverno que chegou mais cedo, foi a altura certa escolhida para esta aventura culinária tão importante, o Pão! Na verdade tenho-me dado bastante bem com o Pão Brioche feito na máquina, mas pãezinhos amassados à mão, são outra coisa, outra mística e permitem que ele coma um lanche decente sem ser aquela fatia a desfazer-se de pão de fôrma, bom, mas difícil de segurar. Um sonho para mim, fazer pãezinhos de verdade, com cara de pão, que se abram e tenham miolo de pão, enfim, acho que vocês me percebem. Como sou pouco experimentada na cozinha, achei francamente que seria quase impossível obter um resultado bom.
Mas o milagre aconteceu e superou muitíssimo as minhas expectativas:
A preparação
Segui a receita dentro do "meu" possível e naqueles pormenores que me foram impossíveis de seguir porque me faltavam os ingredientes, improvisei com a "prata da casa". A Chef Paula foi-me actualizando os tempos por telefone o que foi uma super ajuda extra e o resultado foi este, magnífico, modéstia à parte!

Na preparação do fermento, segui rigorosamente as instruções da receita.

Fermento: 
Misture numa tigela 60ml de água morna com 7 g do fermento que vem com a farinha e 1 colher de chá de açúcar. Deixe ficar durante 10 m a repousar para activar o fermento.


Na preparação da Massa dispensei os flocos de batata (porque não constam da minha despensa) e o polvilho utilizei o azedo, porque era o que tinha.  Fico logo com os nervos em franja, o que é que vai sair daqui?

Massa para 9 pãezinhos médios:
  • 230g de farinha hipoproteica Loprofin
  • 80g de polvilho azedo (o que se usa para a base dos pãezinhos de queijo)
  • 12 g de psillium husk da Solgar
  • sal marinho a olho
  • 270ml de leite hipoproteico morno
  • 2 colheres de sopa de manteiga sem sal amolecida
  • 2 colheres de sopa de mel escuro ou melaço (por causa da cor)
  1. Misture bem os ingredientes secos numa tigela (farinha, polvilho, psillium husk e sal) com uma colher de pau.
  2. Misture num recipiente à parte, o leite, a mistura do fermento, a manteiga e o mel. Junte a mistura liquida gradualmente aos ingredientes secos e misture bem até ficar uma massa homogénea e sem grumos. 
  3. Deixe a mistura repousar tapada com um pano de cozinha durante 10 minutos.
  4. Polvilhe a mesa de trabalho com farinha hipo enfarinhe as mãos.
  5. Molde os pãezinhos.
  6. Vão entre 10 a 15 minutos a forno pré-aquecido.
  7. Vigie e experimente com um palito quando estiverem com douradinhos.
Obrigada Chef Paula, vês como sou uma boa discípula? O João adorou simplesmente e eu também!

10/12/2013

Bolachinhas de limão com doce


Estas foram as bolachinhas que levei para o lanche no CCB e acho que todos gostaram. Os meus filhos gostam muito de tudo o que seja bolachinhas e biscoitos, portanto é nestas receitas que invisto actualmente. Não há nada que pague ver os meus dois pequenos expectantes na cozinha, assim que dão conta do cheirinho de bolachas a assar no forno. Prazer redobrado quando ambos comem as mesmas bolachas! A inspiração para a receita é mais uma vez o site cookforlove, exímio em receitas boas para toda a família.

Ingredientes:
260g de farinha Loprofin
1/2 colher de chá de goma xantana
1/2 colher de chá de sal
1/4 de colher de chá de fermento tipo Royal
1 pudim boca doce de baunilha
raspa da casca de um limão pequeno
2 colheres de sopa de natas
1 colher de sopa de sumo de limão
1 colher de chá de extracto de baunilha
180g de manteiga sem sal amolecida
1/2 chávena de açucar
doce de fruta a gosto e qb

Misture a farinha, a goma xantana, o sal, o fermento, o pudim e a raspa de limão e reserve. Numa tigela à parte misture as natas com a baunilha e o sumo de limão.
Na taça da batedeira coloque a manteiga em pedacinhos e o açucar e bata com a batedeira até ficar cremoso. Junte a mistura de natas até incorporar. Junte depois a mistura da farinha e amasse até formar uma bola de massa. Molde bolinhas de massa e disponha num tabuleiro. Pressione ligeiramente o centro das bolinhas com as costas de uma colher de chá ou uma rolha para formar o espaço onde vai colocar o doce depois de prontas.
Leve a forno pré aquecido a 180º por mais ou menos 15m (vá vigiando). Retire do forno e, ainda quentes e no tabuleiro, torne a pressionar o centro com as costas da colher de chá para ficar bem marcado. Deixe arrefecer numa grelha. Coloque uma colher de café de doce no centro de cada bolacha (usei doce de framboesa sem graínhas). Estão prontas a servir!

Beijinhos
Paula Viegas 

09/12/2013

As merendeiras de Batata Doce da Avó Lydia, uma receita de Família.

Acabadinhas de fazer e ainda a arrefecer...
Merendeiras de Batata Doce
(Receita de Natal da minha Avó Lydia)

Para um kilo de batata, um kilo de açúcar.
Coze-se a batata e passa-se pelo passador. Depois deita-se a batata no açúcar que está em ponto alto e mexe-se sempre porque a batata queima-se. Em fervendo um bocado, junta-se-lhe uma pitada de canela, um bocado de manteiga e umas pedrinhas de sal. Retira-se e deita-se-lhe farinha de milho espoada até estarem boas para tender. Deixa-se arrefecer a massa e tendem-se numa tigelinha. Depois de tendidas pintam-se com um ou dois ovos batidos.
(óbvio que saltei este passo dos ovos batidos e é perfeitamente dispensável no resultado final e não caberia numa receita hipoproteica).

A receita está escrita para quem conhece o processo, omite alguns passos e deixa outros para adivinhar. É sempre assim, cada vez que mergulho no livro de receitas da minha querida e saudosa Avó Lydia, arrependo-me ao fim do primeiro passo. Ponto alto? Ó Meu Deus! Não sei o que é um ponto alto. Um bocado de manteiga? Espoada? Ok, quer dizer peneirada. Mas como é que eu faço isso com tudo em andamento? Tender numa tigelinha? Francamente, não consigo perceber. Eu lembro-me de elas serem feitas em casa da minha Avó quando eu era pequena e lembro-me perfeitamente que iam ao forno, apesar de este "pequeno pormenor" estar omisso na receita.

E assim foi, pus mãos à obra, preparei a "massa" de véspera e no dia seguinte de manhã chamei o meu pequeno colaborador para me ajudar a moldar as "broinhas". O João, feliz, fazia as bolinhas e eu transformava-as em broínhas. Vinte minutos depois de irem ao forno ficaram prontas. E é verdade, ficaram deliciosas. Uma dentadinha, fechar os olhos e relembrar a casa da Avó, é esse o milagre das receitas de família, transportam-nos na máquina do tempo.

Experimentem, são deliciosas e aguentam-se bastante tempo se forem bem conservadas num ambiente seco. Ficam bem na mesa de Natal e permitem ser partilhadas por todos.

*E passaram muito bem na prova do CCB.

Tabela do CGM para Fenilcetonúria:
Batata doce Cozida 1 Parte= 49gr
Farinha de Milho  1 Parte= 71gr

O nosso Cafézinho de Natal no CCB

O pôr do sol em tons rosa, doces de Natal e os pequenos.
O céu é o limite! Escalada e futebol no jardim das Oliveiras
Apanhem-me se puderem! 
O tempo ajudou (para compensar o ano passado!), o dia esteve maravilhoso e permitiu-nos aproveitar o jardim. Uma tarde muitíssimo bem passada em animada conversa no jardim das Oliveiras no CCB. O café foi curto para acompanhar os bolinhos e as delícias que todos trouxeram. As crianças fizeram sua festa cada vez mais companheiros e nós divertimos-nos imenso. Obrigada querida Sónia, sempre presente com a linda e doce Iny; Joana, João, Francisco, Luzinha e Isabelinha (que linda família!); a Mafalda luminosa, Maria João, Nuno e Gui; Zé Pedro, Super Chef Paula, Pedrinho e Vasquinho, foi muito bom, adorei. 

Maravilhosa Aletria, espectaculares cupcakes, bolinhos género rochas de chocolate mas muito saborosos (hehehe), bolachinhas tartelettes fabulosas e  as merendeiras de batata doce que até que não me saíram mal. Tudo de comer e chorar por mais.

Os votos de um Santo e Feliz Natal para todas as famílias Mutabólicas e que o Menino Jesus nos traga um Ano com muitas Felicidades e Saúde e progressos para os nossos queridos. E que nos vamos encontrando, Sempre! Entre Amigos.

02/12/2013

Gnocchi

Nunca me interessei muito por gnocchi e até há algumas semanas atrás nunca tinha provado. Mas como é um prato que pode se integrar na dieta hipoproteica comecei a fazer algumas experiências.
A receita clássica leva batata como base, em grande quantidade, mas para o Vasco esta não seria uma boa opção, então os primeiros que fiz foi com batata doce. Para ficar uma massa moldável tive de juntar muita farinha e, por isso, depois de prontos pareciam pequenos pedaços de borracha e não as "almofadinhas" leves e saborosas que eu pretendia. Abandonei a ideia por uns tempos até que voltei a ver os ditos na página do FB de uma mãe brasileira, a Joselma Freitas, que me parece ser uma craque na cozinha, e pedi-lhe alguns conselhos porque os dela tinham uma aparência divinal. Ela utiliza mandioca e outros legumes e deu-me um conselho preciosos: os legumes que se utilizarem tem de ser bem escorridos e reduzidos a puré ainda quentes para não levar muita farinha, conselho precioso que ditou o sucesso da receita. Recorri então à ajuda da Dra. Zélia para calcular a fenilalanina da mandioca (que ainda não está na nossa tabela) que é um bom substituto para a batata e adoptei como critério: 1 parte (20mg de phe) = 45g de mandioca.
A receita base que utilizei é a seguinte:
150g de mandioca (contei como 3 partes)
50g de batata (contei como 2 partes)
1 colher de sopa de nata (opcional)
sal e temperos a gosto
Farinha (usei Loprofin) qb até ficar uma massa moldável
Descasque e coza a mandioca e a batata em pedaços em bastante água e sal. Depois de cozida escorra bem e reduza a puré (utilizei um passe vite).
Misture os temperos e a nata (se utilizar). Junte farinha Loprofin até obter uma massa moldável (bastou 2 colheres de sopa). 
Depois molde bolinhas ou faça rolinhos e corte em pedaços. Segue foto das bolinhas moldadas.

Mostro também uma foto dos gnocchi que fiz com batata doce, em que preparei rolinhos e cortei em pedaços, só para terem uma ideia (como se vê, levou imensa farinha e não ficam bons assim).
A receita clássica refere que os gnocchi devem ser cozidos em água a ferver. Eu experimentei alguns mas não gostei da textura depois de cozidos, pelo que optei por salteá-los directamente na frigideira com uma colher de sopa de manteiga (mas pode-se utilizar outros molhos/condimentos para saltear).
Esta é uma base de receita. Podem ser feitas outras combinações de legumes ou, para quem pode, utilizar só batata. Mas a mandioca dá um sabor diferente e com menos fenilalanina.
A mãe Marta (olá Marta!) também me disse que já fez os gnocchi no forno. Quando voltar a fazer vou experimentar também assim.
Eu adorei e o Vasco também (mas claro que tive de servi-los com um pouco de arroz hipoproteico, porque refeição para o Vasco sem arroz ou massa não é refeição).
Beijinhos e boas festas para todos!

Paula Viegas