People who are different change the world

21/01/2019

Pudim de leite condensado de côco


Quando encontrei a primeira lata de leite condensado de côco comecei logo a sonhar adaptar as receitas típicas portuguesas que levam a versão feita com leite de vaca: serradura, baba de camelo e especialmente pudim. Haverá doce mais básico e português do que um pudim?! (deve haver mas esqueçam isso agora ;))
Por esse esse mundo virtual afora encontrei uma receita vegan de pudim que serviu de base para esta que vos trago. Abençoada internet e abençoadas pessoas que partilham generosamente as suas receitas, sabedoria e experiência com os outros. E porque é assim que se evolui "devolvo" ao mundo virtual o resultado das minhas experiências, dedicadas à comunidade metabólica.

Receita (preparar na véspera):
1 lata de leite condensado de côco Nature's Charm (0,8g de proteína por 100g - 1 lata 2,56g de proteína)
2 embalagens de natas Schlagfix (0g de proteína). Nota: também pode ser um pacote de natas vegetais e um de natas normais, mas acrescenta 4g de proteína à receita, neste último caso.
400ml de leite vegetal da vossa preferência (usei de caju - 0,9 de proteína em 100ml/total 3,6g de proteína)
3g de agar-agar em pó (usei uma saqueta e meia de agar-agar da marca Vahiné - 0g de proteína)
açúcar qb para caramelizar

Cubra o fundo de uma forma de alumínio (24cm de diâmetro) com açúcar, salpique com um pouco de água e leve ao lume a caramelizar. Quando ficar da cor de caramelo médio retire do lume e espalhe pelas laterais da forma. Reserve.
Entretanto misture todos os ingredientes do pudim numa panela e leve ao lume até ferver por dois minutos (calcular o tempo de fervura consoante as indicações da embalagem da agar-agar).
Retire do lume, deite na forma caramelizada e deixe arrefecer. Quando arrefecer levar ao frigorífico de um dia para o outro.
Quando for servir mergulhe o fundo da forma por breves instantes em água quente para soltar o caramelo e inverta a forma sobre o prato em que servir.

Quantidade total de proteína da receita com os ingredientes acima indicados: 3,16g (se usar um pacote de natas de leite de vaca é 10,16g de proteína). Rende cerca de 15 doses normais de pudim, sendo cada dose 0,21g de proteina/10,5 de phe (se usar um pacote de natas de leite de vaca uma dose tem 0,68g de proteína/34phe).

Produtos usados na confecção, que se vendem na Terra Pura e na loja online Evervegan em https://www.evervegan.pt



Nota: Receita especialmente indicada para impressionar familiares/amigas(os)/namoradas(os) cépticos :)

Bom apetite!

Paula
 

02/11/2018

A escola e o refeitório - A primeira semana do João

Cumpri esta semana um dos meus objectivos do ano, a participação plena do João nas refeições da escola. O meu menino da lancheira vê a partir desta semana a sua lancheira muito diminuída pois a partir de agora vai comer a sopa da escola, a salada e a fruta. A não ser que a sopa seja de feijão, ou grão ou que tenha massa.
O João Pku, agora com 9 anos e no 5ª ano do liceu, entra na fila do refeitório com os amigos da turma, passa o cartão carregado de refeições, agarra no tabuleiro como os outros, nos talheres, no copo, as funcionárias servem-lhe uma malga em aço inox cheia de sopa,  um prato com muita salada e uma peça de fruta.
-Mãe, a fruta é horrível, manda-me fruta de casa!
- Não quero saber, tiras uma peça de fruta como os outros. Se não te apetecer, guardas e comes no lanche.
Ninguém sonha a felicidade que me provocam estas reclamações! Hoje mandei-lhe na lancheira, uma caixinha cheia de melão, duas mini-bôlas de legumes para completar o prato e os lanches, claro.
Com a professora responsável pelo refeitório, pude conhecer as senhoras que servem as refeições, apresentar o João, ensiná-lo a usar o microondas da escola, explicar brevemente as limitações do plano alimentar. A professora, que por acaso se chama Juliana ( um nome perfeito para tratar destes assuntos!), demonstrou grande sensibilidade relativamente à doença do João, e contou-me que também tem na sua família directa um caso de doenças hereditárias de transmissão genética. Somos muitos os Raros! Tenho que sublinhar o tratamento VIP que foi dado ao João por esta escola que afinal me está surpreender tão agradavelmente. Para simplificar o quadro do João, colocou-o na lista dos vegetarianos, o que me pareceu bem, apesar dos riscos.
Saí da escola depois de ter comprado as primeiras refeições do João, com creme de cenoura para quarta-feira e caldo verde para o dia de hoje. João, não comes a rodela de chouriço!
O panelão de sopa tinha óptimo aspecto, a mega taça de salada cheia das cores preferidas do João, couve roxa (yupiii!) beterraba (espectáculo!), tomate e sei lá mais o quê!
E a cereja no topo do bolo, cruzei-me com as funcionárias do refeitório agora de manhã e para meu espanto quando as cumprimentei e agradeci as atenções com o João, responderam-me as duas;
_ Mãe, não se preocupe, ele é como se fosse nosso filho, vamos preparar a salada à parte e servir a sopa com a malga cheia. Nós somos mães e sabemos como é a vida.

Hoje o meu coração está cheio de alegria e gratidão por tudo isto e quero partilhar convosco esta esperança no futuro e no presente.
Não posso deixar de referir que estas duas senhoras amorosas, vou jurar que são caboverdeanas de origem, com a expressão mais simples e natural de maezonas, me deram uma lição de humildade e amor ao próximo.
Há esperança enquanto houver humanidade nos nossos corações.
Sophia

29/10/2018

Workshop da Nutricia - A Cozinha Verde


A equipa da Nutricia é absolutamente extraordinária e todos os anos oferece às familias metabólicas a melhor oportunidade para se encontrarem à volta dos tachos e terem momentos de aprendizagem, partilha e e confraternização. Eu confesso que adoro estes workshops e que tenho uma gratidão imensa a esta equipa que tanto nos tem apoiado desde o primeiro dia que entrei no mundo das metabólicas. 
Este ano tivemos uma visão privilegiada do mundo da Cozinha Verde, o mundo Vegan que tanto acarinhamos porque nos abre caminhos que nos pareciam impossiveis e nos proporciona produtos  em mercado livre, raros de encontrar. A Filipa Range é uma Chef Vegan e uma mulher encantadora, muito bem acompanhada pelo Chef Leandro. Uma dupla de excelência.

O modelo é perfeito, organizamos-nos em equipas com o objectivo de preparar os pratos da ementa do almoço que já estão previamente divididos e com todo o material à disposição. A dupla de Chefes, Filipa e Leandro distribuem.-se pelos grupos a orientar, ajudar e ensinar os truques. Este ano na minha equipa pude conhecer uma mãe nova neste grupo, que veio de longe para mergulhar na cozinha hipoproteica e suas maravilhas e dificuldades. Confesso que a parte das dificuldades, nesta fase já nem a sinto, com o João com 9 anos, estamos completamente adaptados à cozinha hipoproteica, o que me falta mesmo é tempo!

O João antes de sairmos: Mãe, como estão os meus valores nesta semana?

Eu: Estão óptimos, muito baixinhos!

João: Excelente! Assim posso comer tudo o que eu quiser?

Eu: Sim!

Algumas guidelines que sublinho na confeção dos alimentos que recomendo vivamente, o cozer a vapor, a utilização de produtos da horta biológicos (sem fundamentalismos!), o uso do azeite preferencial, o sal marinho com parcimónia, as ervas frescas e desidratadas, etc, etc.

Registo alguns pratos e momentos do dia.

Chefe e mini chef
Bolinhas energéticas de tâmaras, côco e cereais de chocolate! O máximo
Tarteletes de banana e alfarroba. Oulala!
Momento desportivo para a aliviar as tensões do dia de trabalho
Momentos mexicano , Olé! Adorámos as panquecas verdes que desapareceram num ápice. Claro ou não tivessem tido as mãos de fada da nossa Paula Viegas.
Só de olhar começo a ficar com fome! Panquecas verdes!
A massa oriental absolutamente deliciosa!
O caviar moscovita!
Haloween!
Tenham muito medo! Os miolos saem por todo o lado!
O nosso herói mais fofo a atacar uma bola energética!
A mioleira à vista
Para comer antes da educação fisica ou para acompanhar o café. Não sei, adorei.
O almoço versão infantil 
Três amigos de longa data
Obrigada Nutricia! Obrigada do fundo do coração.

https://acozinhaverde.blogs.sapo.pt/

05/09/2018

Rolo de Legumes





Rolo de legumes foi das primeiras receitas que fiz para o Vasco e que também fiz num almoço pku já muito longínquo.
A receita original publiquei inicialmente aqui http://pkumetabolicas.blogspot.com/2012/02/rolo-de-legumes.html, mas ao longo do tempo tenho vindo a fazer pequenas alterações para melhorá-la porque nunca estou satisfeita.

Já experimentei outras receitas de rolo de legumes, bem mais saborosas na minha opinião, mas o Vasco gosta é desta, portanto desisti por ora de fazer outras e resolvi actualizar a receita aqui no blog porque, com o regresso à rotina da escola, precisamos de receitas práticas e saborosas.

Ingredientes: (as partes a que faço referência é da tabela pku):

86g de courgette com casca ralada no ralo mais grosso (2 partes)
110g de cenoura, ralada no ralo mais grosso (1 parte)
1 tabuleiro de 200g ou 250g de cogumelos marron ou portobello, sem o pé e picados (pesar depois de arranjados, consoante o peso assim se calculam as partes)
1 cebola média picada (cerca de 1 parte)
100g de arroz normal cozido(conto como 4 partes)  + 50g de arroz hipoproteico bem cozido, ambos triturados (pode-se utilizar só arroz hipoproteico, mas não aconselho porque perde-se no sabor)
2 dentes de alho picados (1 parte)
50 g de pão hipoproteico triturado até ficar em migalhas
azeite qb
sal e pimenta a gosto
1 colher de sopa de molho de soja ou molho inglês
1 colher de chá de mostarda de Dijon
1 colher de sopa de ketchup

2 colheres de sopa de farinha hipoproteica

Coloque azeite numa frigideira e adicione a cebola, a cenoura, a courgette e os alhos. Salteie até ficar dourado. Junte os cogumelos picados e deixe refogar até ficar dourado e seco. Tempere com sal e pimenta e reserve até arrefecer. Depois de frio triture a mistura de legumes na picadora. Triture o arroz frio na picadora e junte aos legumes. Junte as migalhas de pão, os temperos e a farinha e misture bem. Espalhe o preparado na bancada forrada com um pedaço de película aderente de modo a formar um rectângulo. Recheie a gosto (geralmente faço com fiambre e queijo violife) e enrole de modo a formar o rolo apertando bem com a película. Leve ao frigorífico uma ou duas horas para ficar mais firme.



Unte uma assadeira, retire a película do rolo e coloque-o cuidadosamente na assadeira. Numa tigela misture bem uma colher de sopa de ketchup e uma colher de chá de mel. Pincele esta mistura no rolo e leve ao forno pré-aquecido até dourar, cerca de 30m (vá vigiando, se ficar muito tempo no forno o rolo acaba por perder a forma).
Sirva imediatamente. O que não for consumido na altura pode ser fatiado e congelado. Se congelar basta aquecer as fatias no microondas e está pronto a servir.
Bom apetite!

24/07/2018

Salsichas


Salsichas são daqueles "alimentos" práticos e rápidos de utilizar, que dão para um sem número de utilizações, como cachorros, para churrasco, folhados, para enrolar em couve, colocar na pizza, etc..
A variedade enlatada (ou "enfrascada") é, como sabem, processada até mais não, por isso é melhor nem lerem a lista de ingredientes, se querem continuar a utilizar :)
Até agora, encontrar salsichas prontas vegan e com baixo teor proteico é uma missão impossível, por isso, seguindo à risca um conselho que me deram há muitos anos: quem quer faz!
O Vasco continua a gostar das salsichas de beterraba, cuja receita já coloquei aqui, mas confesso que eu não estou completamente satisfeita com esta receita, porque ficam frágeis, não dão para churrasco, desfazem-se no pão.... enfim só mesmo no prato.
Por isso tinha de arranjar uma variante mais consistente, que desse para mais utilizações.
A receita que publico é uma adaptação de uma publicada num grupo do FB e resulta muito bem a nível de sabor e consistência.

Ingredientes:
220g de puré de cenoura (para obterem o puré descasquem e cortem em pedaços mais ou menos 250g de cenoura, cozam em água e sal até ficarem tenras e reduzam a puré)
150g de farinha loprofin
40g de puré de batata em flocos (calcular a proteína/phe consoante a marca)
1 colher de sopa de substituto de ovo
1/2 colher de chá de alho em pó
1/4 colher de chá de paprika fumada ou colorau
1 colher de sopa de massa de pimentão
1 colher de sopa de caldo para tempero (uso marca Bisto ou Herbamare)
sal qb
(podem escolher os temperos a gosto)

Misturar os ingredientes todos. A massa fica a parecer plasticina. Molde as salsichas e envolva-as em película aderente (daquela para microondas) embrulhando e ajustando bem. Ate as extremidades com fio próprio para culinária.

Entretanto coloque uma panela de água ao lume. Quando estiver a ferver junte as salsichas e deixe ferver durante 10-15m.

Retire as salsichas e deixe arrefecer um pouco. Remova a película aderente e deixe arrefecer completamente.

Estão prontas a utilizar. Congele as que não usar. Seguem fotos sugestivas :)


No churrasco

Fritas
Em cachorro (à esquerda)
Bom apetite!
Paula

02/07/2018

Pudim de pão especial


São raros os fins de semana em que não experimento uma receita nova ou adaptada que dê para o Vasco. Ultimamente tenho-me dedicado mais aos doces tradicionais portugueses e o pudim de pão é daquelas sobremesas boas e económicas que fazem parte da infância (da minha pelo menos).
O Vasco experimentou e gostou, sem grande entusiasmo, mas eu sei que para ele, salvo algumas poucas excepções, sobremesa que não seja ou contenha chocolate não lhe desperta grande interesse.
Mas eu não quero saber disso para nada e só ocasionalmente faço sobremesas com chocolate, chama-se a isto "tough love" culinário, para ele diversificar mais o paladar. Ele vai agradecer-me por isso mais tarde (esperemos!).
Vamos lá ao pudim

Ingredientes
600ml de leite vegetal (escolham um que gostem mesmo do sabor)
150g de pão de milho sem glúten da marca Continente, sem côdea (tem 1,5g de proteína em 100g. Só experimentei com este pão que é o mais leve e de bom sabor. Pode ser usado outro pão com baixo teor proteico, desde que seja leve);
100g de açúcar (ou a gosto)
1 colher de sopa de açúcar baunilhado
30g de Maisena
1 pitada de sal
canela em pó (opcional, fiz sem)

açúcar qb. para caramelizar uma forma de pudim

Preferencialmente prepare o pudim na véspera do dia em que servir.
Amorne o leite e coloque o pão partido aos pedaços e reserve.
Ligue o forno a 180º e coloque um tabuleiro com água quente no forno (para cozer o pudim em banho maria).
Caramelize a forma de pudim: cubra o fundo com açúcar e um pouco de água e leve ao lume deixando ferver até ficar da cor do caramelo médio. Retire do lume e usando uma colher espalhe o caramelo por toda a forma. Deixe arrefecer
Entretanto junte ao leite e pão os restantes ingredientes e triture bem com a varinha até ter um preparado uniforme.
Deite o pudim na forma caramelizada e leve a cozer em banho maria durante cerca de 1 hora. Vá vigiando. Se verificar com o palito tenha presente que este nunca vai sair totalmente seco.
Depois de cozido, retire a forma do pudim do banho maria e deixe arrefecer. Leve ao frigorífico de um dia para o outro.
No dia seguinte desenforme e sirva!
Bom apetite :)

30/05/2018

Almôndegas



O meu pequeno Vasco deve ter sido italiano numa vida anterior tal é o amor que ele tem por pratos tipicamente italianos. 
Se não acreditam vejam só a lista de pratos favoritos dele:
Almôndegas com esparguete e molho de tomate (ou molho de natas)
Almôndegas com batata frita (acho que com esta combinação os italianos até se arrepiam mas enfim)
Esparguete à bolonhesa
Risotto de abóbora ou de cogumelos
Salada de massa fria
Esparguete com pesto e bolinhas de mozarella vegan
Pizza só se for bolonhesa com queijo parmesão vegan ralado
Já perceberam a ideia não é.
Eu não posso estar mais de acordo com ele, mas no meu caso prefiro uma lasanha ou beringela à "parmigiana" e também adoro martini (vermute) :)

Por estes motivos cada vez que faço almôndegas é às 90 de cada vez (faço o dobro da receita), sendo que por refeição ele come geralmente 6.
Esta receita é adaptada do website cookforlove e, para não variar, se não fosse absolutamente maravilhosa e deliciosa eu não estava aqui a escrevê-la.
Tenho consciência que é uma receita trabalhosa, mas acreditem que quando estiverem a saborear estas maravilhosas almôndegas tudo vai valer a pena.

Ingredientes:
1 tabuleiro de 250g de cogumelos portebello cortado aos cubinhos;
120g de beringela descascada  cortada aos cubinhos;
1 cebola pequena picada;
1 colher de sopa de concentrado de tomate;
3 dentes de alho picados;
1 colher de chá de sal com aipo (vende-se nos hipermercados);
pitada de pimenta;
1 colher de chá de orégãos;
1/4 de colher de chá de massa de pimentão;
1/4 de colher de chá de flor de sal
2 fatias de pão hipoproteico duro e reduzido a migalhas
150g de arroz (eu uso normal ou metade normal metade hipo);
1 dente de alho pequeno prensado
2 metades de tomate seco em óleo;
3 ou 4 folhas de manjericão (quando não tenho uso uma colher de chá de pesto)
2 colheres de sopa de farinha Loprofin
Azeite qb

Coloque 1 colher de sopa de azeite numa frigideira antiaderente e salteie os cogumelos até dourar. Junte mais 1-2 colheres de azeite e acrescente a beringela e a cebola. Continue a saltear até dourar.
Adicione o concentrado de tomate, os alhos picados, o sal com aipo, pimenta, os oregãos, a massa de pimentão e a flor de sal. Envolva bem e deixe cozinhar mais uns 5m (deve ficar uma mistura seca). Retire do lume e deixe arrefecer completamente. Triture na picadora, coloque numa tigela grande e reserve.
Entretanto triture na picadora o arroz misturado com as metades de tomate seco, as folhas de manjericão e o dente de alho prensado. Junte à mistura de legumes. Adicione por fim as migalhas de pão e a farinha.
Amasse até ficar uma massa coesa. Leve ao frigorífico por cerca de 1 hora. 
Molde as almôndegas (eu uso uma colher de chá medida para medir a quantidade de massa para que fiquem do mesmo tamanho e rende cerca de 40 unidades) e coloque num tabuleiro.
Leve as almôndegas moldadas ao frigorífico de um dia para o outro.

 No dia seguinte salteie as almôndegas num fio de azeite numa frigideira antiaderente só para dourar e selar o exterior.


Estão prontas é só juntar o molho da vossa preferência. Congele as que não forem para consumir logo.
No IKEA, com o típico molho de natas
Simples, com "batatas fritas", na lancheira

Bons cozinhados!
Beijinhos
Paula







29/04/2018

(No)cheesecake de morango


Cheesecake é das minhas sobremesas favoritas, por isso era obrigatório arranjar uma versão que desse também para o Vasco.
A receita que trago também pode ser feita com outras frutas, ou mesmo simples, aumentando-se as natas para 400ml.
Vamos lá a isto!

Ingredientes:
Para a base: 200g de bolacha maria schar ou cereais loops (usei cereais) triturados até ficar em farinha; 100g de manteiga sem sal derretida misturada com uma colher de sopa de mel.
Misturar bem estes ingredientes e colocar na base de uma tarteira com aro amovível, pressionando bem. Leve ao frigorífico.

Para o recheio
250g de morangos
100g de açúcar (ajustar conforme se pretender mais ou menos doce)
300ml de natas (de leite de vaca se possível ou vegetal, as de sabor mais neutro possível)
1 embalagem de creme fraiche (este é o ingrediente que substitui o queijo creme e ajuda no sabor. Calcular a proteína dependendo da marca, uso da marca "President" 4g de proteina)
1 saqueta e meia de agar-agar em pó, 3g ao todo.
Morangos, framboesas e pepitas de chocolate para decorar (opcional)

Triture os morangos com a varinha e passe por um passador para retirar a maior parte das sementes.
Leve o puré de morango ao lume com o agar agar e deixe ferver durante dois minutos. Retire do lume e reserve até ficar morno.
Bata as natas com o açúcar e o creme fraiche na batedeira. Junte o puré de morango e continue a bater até ficar homogéneo.
Deitar o preparado sobre a base refrigerada, alisando bem.
Leve ao frigorífico de um dia para ao outro. No dia seguinte retire o aro da forma, decore com morangos (previamente macerados com um pouco de açúcar), framboesas e pepitas de chocolate (ou outra decoração a gosto) e sirva.
Rende cerca de 14 fatias se forem contidos :)

Bom apetite!
Beijinhos
Paula Viegas


08/03/2018

Sistema de saúde espanhol e metabólico

Boa noite a todos, a pedido de algumas famílias vim partilhar a minha experiência como doente metabólica em Espanha e todo o processo para garantir a saúde noutro país que não Portugal.
Quero apenas dizer que essa experiência foi por oito meses e que será mais completa em outubro se conseguir trabalho lá outra vez.

18/02/2018

Empadas de legumes e carne hipoproteicas na bimby

Olá a todos hoje trago-vos as minhas empadas feitas na bimby.
Atenção a patologia que eu tenho é a leucinose, garanto que a receita é baixa em proteína e leucina.

09/02/2018

Valorizar ou desvalorizar? Uma forma suave de bullying pku

O meu pequeno pku, um dia destes, no regresso a casa -vamos sempre a pé e é uma óptima altura para pormos a conversa em dia - contou-me um episódio desagradável que se passou com ele e com uma colega de turma.  A miúda, que nem por acaso tem mais um palmo ou dois de altura do que ele, (tem mais um ano pelo menos e é de grande porte), resolveu gozar alto e bom som, com o facto de o João só comer coisas esquisitas e tomar um leite nojento todos os dias. É colega do João há 3 anos, brincam normalmente e muitas vezes faz parte dos grupos de trabalho do João. Eu conheço-a perfeitamente, todos os dias nos cruzamos de manhã e ao fim da tarde e até lhe acho graça.

Que dizer, que fazer?

A minha tendência natural é desvalorizar estas questões e dominar reacções exageradas, gostaria que o João desenvolvesse uma fortaleza de espírito que fosse imune a estas atitudes maldosas. Mas no caso, e sendo uma criança que lhe é tão próxima, pensei que o melhor seria tomar uma atitude que servisse em simultâneo para que a miúda desenvolva também ela uma consciência cívica, que compreenda que deve respeitar o outro, mesmo que por ele não tenha empatia. O que nem sequer sei se é verdade. O que não me parece aceitável é que os miúdos ligeiramente, repitam atitudes discriminatórias, sem ter consciência do mal e dos danos que podem causar aos outros.

O que fiz?

Muito simplesmente disse duas coisas, Primeiro, João, fala com o professor Pedro e conta-lhe o que se passou. E a segunda, essa miúda é parva! O que fizeste, riste-te? Diz-lhe que se olhe ao espelho e pense que hoje és tu o alvo da chacota, mas que amanhã podem inverter-se os papéis e ser ela e as suas fraquezas ou diferenças a ser objecto do gozo de outros.

Francamente, não é muito frequente acontecer, mas não é a primeira vez que ouço esta conversa, que às vezes só conta pela metade e nem me quer dizer quem foram os colegas. Tenho-o por um miúdo com uma boa resistência moral, mas mesmo assim , acho que é meu dever protegê-lo e se possível contribuir de uma forma didáctica, com a preciosa colaboração do Professor Pedro, para repor e as boas referências de comportamento cívico na turma.

Hoje abordei o assunto com o Professor e soube que a questão foi tratada discretamente, em conversa a dois e a três. Comme il faut,

Não devemos nem podemos permitir que estas atitudes caiam na banalidade, é a minha preocupação maior. Não devemos também dramatizar e deixar desenvolver mecanismos automáticos de defesa ou fecho para os outros. 

Beijinhos & Abraços

Sofia

23/01/2018

"Bifinhos" de jaca


Quando planeio as refeições cá de casa a minha política é fazer para o Vasco algo similar, se for possível fazê-lo, e desde que seja igualmente saboroso.
Até agora, quanto a alternativas aos tradicionais pratos de carne, apenas tinha no meu repertório hambúrgueres e rolo de legumes, que o Vasco gosta, mas às tantas começa a ser sempre a mesma coisa e cansa, portanto tinha de arranjar alguma coisa para variar, parecida com bifes e com o formato destes
Jaca para mim é o substituto de carne perfeito: é uma fruta, tem baixo teor proteico e a textura é muito parecida.
Peguei numa receita do site cookforlove que já tinha experimentado, mas que o Vasco não gostou quando a fiz exactamente como está, porque tem sabores muito adocicados.
Experimentei fazer uma versão mais "salgada" e até agora tem, sido bem aceite. Na minha opinião pessoal a textura final destes "bifinhos" de jaca deveria ficar um pouco mais firme, mas o Vasco não se incomoda com isso.
Não tenho fotos do processo de confeção, mas vou explicar o mais detalhadamente possível.

Ingredientes:
1 lata de jaca em salmoura
1 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de manteiga
1 cebola média cortada em meias luas fininhas
2 dentes de alho
1 colher de chá bem cheia de concentrado de tomate
1 chávena de caldo de legumes
2 colheres de sopa de vinho tinto
1 folha de louro
2 fatias de pão duro ou torrado ligeiramente
50g de arroz cozinhado (usei normal mas parece-me que pode ser usado também o hipoproteico)
1 colher de chá de molho inglês
30g de farinha Loprofin

Prepare a jaca: escorra, retire as sementes, desfie e demolhe em água várias vezes até perder o sabor da salmoura.
Aqueça o azeite numa frigideira e junte a jaca bem escorrida (retire o máximo de água possível) e deixe saltear até dourar bem. Retire a jaca e reserve. Na mesma frigideira coloque a manteiga, a cebola e uma pitada de sal e refogue até a cebola dourar (cerca de 15m). Junte o alho e a pasta de tomate e envolva bem por um minuto. Junte o vinho e ferva por mais 1 minuto, junte a jaca, o caldo de legumes e o louro e deixe cozinhar por cerca de 20m. Verifique se é necessário juntar sal. O preparado deve ficar seco. Deixe arrefecer completamente.
Entretanto triture as fatias de pão e o arroz (separadamente) e coloque numa tigela. Triture o preparado de jaca (descartando a folha de louro) e junte à tigela com o arroz e as migalhas de pão. Junte a farinha e o molho inglês. Misture bem.
Molde o preparado num rectângulo com cerca de 4-5cm de altura. Leve ao frigorífico por uma hora para ficar mais firme.
Corte o preparado em tiras obliquas espessas. Congele os que não for usar. Frite os "bifes" numa frigideira ligeiramente untada, virando cuidadosamente.
E está feito!

Bom apetite

Paula Viegas


20/12/2017

Bolachas Maria de Natal


Bom Natal a todos! Já à muito tempo não escrevia por aqui. Trago-vos uma receita que adaptei de bolacha Maria sem proteínas.
Há uns dois anos andei à caça de uma forma de beber a fórmula MSUD sem ficar enjoada ou prestes a vomitar porque tinham mudado a composição das latas que uso desde de que tinha oito anos.
Vagueando nas recordações da minha infância de forma a tentar resolver o problema porque já tinha tentado nesquick de morango, mel, açúcar e nada parecia resultar.
Quando era pequena recordo-me que a minha ama punha meia ou um quarto de uma bolacha Maria para eu molhar no leite e comer, era um hábito lá em casa e a minha irmã também aprendeu assim.
Assim, andei à procura de uma forma de fazer uma bolacha Maria sem proteína. Depois de várias tentativas em relação à temperatura do forno, tempo de cozedura e quantidades de farinha e manteiga acho que consegui finalmente a receita perfeita! O sabor é igualzinho à bolacha Maria antiga.

Ingredientes:
  • 750g de farinha sem proteínas (usei loprofin 100g e o restante Taranis);
  • 250g de manteiga (usei vaqueiro para bolos);
  • 250g de açúcar ;
  • 2 colheres de sobremesa de substituto de ovo bezgluten;
  • 1 colher de sobremesa de fermento Royal;
  • 350ml de leite de arroz biológico com cálcio
Preparação:
  1. Numa taça junte todos os ingredientes menos o leite e misture bem. Enquanto mistura deite aos poucos o leite até formar uma massa homogénea.
  2. Coloque a massa numa superfície plana polvilhada com farinha hipoproteica amasse a massa formando uma bola e depois tente esticá-la com as mãos até ficar consistente, use o rolo da massa para extendê-la e torná-la fina para cortar as bolachas.
  3. Pegue em formas de cortar bolachas da sua preferência e corte a massa em porções.Coloque cada porção num tabuleiro com um papel vegetal (não é necessário pôr manteiga).
  4. Pré-aqueça o forno a 200 graus ou 180 graus para não arriscar queimá-las e deixe que as bolachas fiquem douradas, cerca de 7 minutos.
  5. Retire do forno e ponha as bolachas num prato ou num frasco.Pode decorá-las a gosto ou comer assim simples!
Espero que gostem :)

Beijinhos Catarina

18/12/2017

Receitas de Natal 2017

Para uma Ceia de Natal em que a mesa também brilhe com maravilhas salgadas e doces hipoproteicos, fizemos um pequeno levantamento das nossas receitas já aqui publicadas no Blogue a propósito deste tema. Sempre em actualização!

Mesa de Entradas e Pratos Principais

1. A Primeira Ceia: 
Tapenade, Caldo Verde e Cenoura Espiritual,  by Chef Paula Viegas:

3. As coxinhas da chef Paula

4. A açorda de coentros da Chef Patrícia

Acompanhamentos e aperitivos

1.  Pãezinhos de castanha da Sophia

2. Aperitivos de queijo da Sophia

Mesa de Doces Deliciosos

1. O Tronco de Natal da Chef Ana da Câmara:

2. O Bolo Rei Pku da Chef Ana da Câmara:

3. Palitos de cerveja da Chef Ana da Câmara:

4. Os fantabulásticos biscoitinhos de Natal de manteiga da Chef Ana da Cãmara:

5. As brilhantes e coloridas Estrelas de Natal de Anis da Chef Ana da Câmara:

6. As (mais belas e perfeitas) Bolachinhas de Natal da Chef Paula Viegas:

7. As bolachinhas de Natal de Champanhe, canela e limão da Mãe Sophia (moi-même!):

8. As Rabanadas, Aletria e Arroz Doce da Mãe Ana e da Sofia:

9. As doces rabanadas da Avó da Catarina:

10. A Primeira Ceia: As Filhoses de maçã e as Rabanadas da Chef Paula Viegas:

11. Os Sonhos de Natal dos Amigos Anamix:

04/12/2017

Azevias de batata doce


Um dos doces de Natal que mais gostamos em família são as azevias (é o doce favorito da minha irmã, somos uma família de gulosos :)). Já andava há algum tempo a magicar numa versão hipoproteica desta receita, para neste Natal ter mais uma coisa para partilhar com o Vasco.
O recheio de batata doce é relativamente pacífico, o problema era encontrar uma receita de massa  elástica o suficiente para tender e moldar em pastel e aguentar a fritura.

Por vezes ando a pensar em como fazer determinada receita durante semanas a fio e um belo dia, surge a peça que falta e o puzzle fica completo.
E a peça que faltava ao meu puzzle chama-se Ana Sofia, uma querida amiga e mãe "metabólica", que me passou uma receita de massa que tinha usado nuns pastéis fritos e que me pareceu mesmo adequada para as minhas azevias.
Mas antes de experimentar a receita dela, ainda tentei, teimosamente, fazer uma versão das azevias adaptada do livro "Cozinha Tradicional Portuguesa", da Maria de Lurdes Modesto, para mim a autoridade máxima da culinária nacional. Mas a receita adaptada não resultou (chuif).  
Experimentei então a receita da Ana Sofia, com umas pequenas alterações de ingredientes: usei banha+ manteiga em substituição da margarina e acrescentei aguardente, ingredientes que constavam na receita original do livro que refiro acima da minha mentora culinária :)

E a receita final é a seguinte:
Para a massa: 100g de farinha de milho, 100g de farinha Loprofin, 4 dl de água, 1 colher de sopa de aguardente, 1 colher de sopa de banha, 1 colher de sopa de manteiga, sal
Misture as farinhas num recipiente. Leve a água ao lume com a manteiga, banha e uma pitada de sal até ferver. Deite a aguardente na misture de farinha e de seguida a água acabada de ferver aos poucos e amassando até obter uma massa coesa e elástica (provavelmente não será necessária a água toda). Amasse bem e deixe arrefecer totalmente.
Massa pronta
Entretanto prepare o recheio misturando cerca de 150g de puré de batata doce laranja com raspa de 1 laranja, 2 colheres de sopa de açúcar (ou mais a gosto) e uma colher de chá rasa de canela. Reserve.
Tenda a massa, coloque uma colher de chá de recheio e corte em formato de "rissol" ou em triângulos.

Frite em óleo bem quente, escorra em papel absorvente por uns segundos e passe as azevias ainda quentes por açúcar amarelo misturado com canela. E estão prontas.

Boas e doces festas para todos!

Paula Viegas

21/11/2017

Em mudança

Em fase de mudança da toma dos aminoácidos, em fase de mudança de trabalho, tudo se agita na minha vida e na do João Pku. Há alturas na vida em que nada acontece, e outras em que tudo acontece ao mesmo tempo, em que mal conseguimos respirar e controlar os batimentos cardíacos porque a vida muda radicalmente as nossas rotinas e não nos dá tempo para planear, ponderar, preparar. Ou é agora ou nunca! 
A mudança de trabalho obriga a que deixe de poder estar em contacto próximo com a escola do João. Eu sei, não é nada de especial! Mas para uma mãe galinha, que durante 3 anos de escola estava a trabalhar no quarteirão ao lado, e que só porque me apetecia, passava na sala de aulas ou no recreio só para dar um beijinho e agarrar no miúdo pela mão e "Embora aí dar uma voltinha com a mãe." Mal habituada com os recadinhos das amigas funcionárias, com a intimidade da escola, com a participação nos jogos do recreio, enfim, custa-me perder os mimos do pequeno.mas estava chegada a hora. E já foi. Agora, deixo a criatura à porta da escola logo de manhãzinha e vou buscá-la já no escuro ao A.T.L. 
 Da última consulta das metabólicas, viemos com mudanças radicais na toma dos aminoácidos. O "meu leite, que eu adoro", vai ser substituído em parte por outra fórmula de aminoácidos com base em proteína natural, do soro do leite. A perspectiva de introduzir proteína natural na teoria é excelente pensando nos benefícios para a formação óssea, na calcificação, no crescimento, no Futuro. Na prática, qualquer mudança neste ponto sensível da rotina diária e obrigatória da toma dos aminoácidos, é uma verdadeira tourada. Médica, nutricionista e Mãe, em conjunto na consulta, envolvemos o próprio João num comprometimento de colaborar de forma esclarecida, numa mudança que será para o seu próprio bem.
 Venho aqui partilhar a minha alegria por o processo de mudança dos aminoácidos estar em curso de forma muitíssimo satisfatória, apesar de o João não gostar particularmente do novo "leite". Estou orgulhosa, o João compreendeu e reagiu conforme era esperado de um menino crescido. Desde o primeiro dia em que saímos da consulta e demorou uma hora com caretas (uf...) a beber um dos pacotinhos de leite com chocolate, até hoje, já passaram 3 semanas. O pacotinho de leite com chocolate agora é tomado mais ou menos rapidamente, sem alegria mas sem dramas. O leite sem chocolate, está a revelar-se mais difícil, mas acredito que com o tempo lá iremos. As palhinhas auxiliares, desaparecem num ápice e custa a tomar o leite sem sabor. Ainda havemos de descobrir estratégias para o leite branco.
 Mais uma vez para este processo contei com a extraordinária colaboração do Professor Pedro.  Um cartão verde com pontos por um pacotinho de leite tomado na hora do lanche na escola. 
Ainda falta metade da mudança dos aminoácidos, mas a falta do leite Harifen no IGM, está a fazer atrasar o processo. C' est la vie. 
 O facto de o João compreender que a minha mudança é para o bem de todos, criou nele uma dinâmica de aceitar e colaborar na sua própria mudança. E são estas as boas notícias que partilho convosco, as mudanças no mundo metabólico são difíceis, mas há que definir estratégias, escolher o momento e desenvolver a consciência dos miúdos nos tratamentos.Somos uma dupla e cada vez mais o João é protagonista da sua história.

(E em jeito de post scriptum, acho que estou de volta ao Pku metabolicas.)