People who are different change the world

20/01/2016

A festa de aniversário

À saída da escola no caminho para casa, o João contou-me que a coleguinha Carolina (nome fictício), fazia anos nesta semana. Descendo a rampa do Castelo, uma das Mães da sala, abordou-me perguntando se o João iria à festa, que a M. (miúda querida que já anda com o João desde a infantil) tinha levado um convite por escrito. O João não recebeu nenhum convite, disse-me o próprio. Hoje de manhã acordei a pensar no assunto e no que o João me disse no caminho, " A Carolina, não me convidou porque eu não posso comer nada do que eles comem". Uma onda de irritação invade-me cada vez que penso nisto. A miúda é uma das populares na turma e o João não é propriamente impopular. Até são ambos parte do pequeno grupo da turma que eu diria mais homogéneo, e não vale a pena ir mais além. Estou fula. Acho que nunca mais verei a Mãe, mesmo que a própria tropece na minha pessoa. Nunca mais dirigirei a palavra a tal pessoa e será o miníno que farei.

De imediato lembrei-me de outras Mães (Cristina, Isabel e Carla) que muito prezo e que na altura do aniversário dos filhos, me perguntaram o que é que poderiam pôr na mesa para que o João fosse à festinha e se sentisse integrado. Há um abismo que separa as pessoas decentes e as outras. Tenho dito!

Claro que o que verdadeiramente me incomoda neste episódio é o sinal anunciador do que será o futuro, posto de lado porque não merece o esforço  enorme de uma gelatina gelly ja, de uma sopa e de uma salada. Porque é diferente dos outros.

E é claro que corro o risco de ser injusta neste caso em particular, mas nós Mães de miúdos especiais, também pecamos por sermos hiper sensíveis. Se sonhamos com qualquer forma de discriminação, marginalização ou de bullying, com as nossas crias, transformamos-nos de imediato em feras assassinas, sanguinárias. E talvez, exageradas, mea culpa! Talvez este caso mereça apenas ser interpretado como um sinal de indiferença, de insensibilidade, de vulgaridade.

E a primeira grande lição da superioridade moral do meu Pku, Vou fazer uma prenda para dar à Carolina. What?

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