Conhecem o conceito? Ontem na consulta de Desenvolvimento pedi um conselho para lidar com as birras e o génio excessivamente determinado que tem o meu Pku de palmo e meio. Por uma questão de princípio, sou contra uma pedagogia de punição com recurso aos castigos físicos, mas deixa-me com os cabelos em pé, a determinação com que contraria as minhas indicações e as fitas monumentais que faz quando é contrariado nos seus desejos. Que me apetece dar-lhe uma palmada nas fraldas, apetece! Por vezes, é capaz de gritar, chorar e ficar imediatamente em lágrimas de partir o coração se não cumpro prontamente as suas pequenas mas imperiosas vontades. Os carrinhos eléctricos de rua, tão alegremente posicionados à porta do supermercado ou do café da rotina diária, são a mais recente descoberta, a troco de uma moeda de um euro, tenho 1 minuto de alegria esfuziante e muitos minutos de fita e gritos para de lá sair. As pessoas passam e riem-se, provavelmente conhecem o género ou têm um igual lá por casa, mas a verdade é que fico envergonhada com estas cenas.Se me demoro um pouco mais no supermercado ou porventura, entro numa loja de roupa (aproveitando os saldos agora fantásticos), abre-me os olhos com horror e implora-me entre lágrimas e gritos RUA, RUA! E até que eu saia envergonhada, faz-me uma fita de fazer corar as pedras da calçada. Mal chegamos à rua, ainda com os olhos rasos de lágrimas, ri-se descaradamente na minha cara!
Por causa de situações destas ou equivalentes resolvi aproveitar a ida à consulta de Desenvolvimento e pedir uma orientação profissional, como lidar com estas birras?
Tive duas respostas com interesse e alguma graça,
Evitar espaços que eu saiba antecipadamente que provocam estas cenas, ou seja, contornar os cafés que tenham brinquedos destes apetecíveis à porta, demorar-me o mínimo possível no supermercado, não o levar comigo quando vou a lojas de roupa ou equivalente. Não há remédio para estes casos, o remédio é deixar o monstrinho em casa! C'est la vie...
Temos birra em casa? Quer acender os candeeiros, mexer nas máquinas da roupa e nos botões do fogão, abrir as torneiras do bidé, trepar para cima das mesas e já não sabemos como pará-lo nem como repetir pela enésima vez (já aos gritos), PÁRA QUIETO, NÃO FAZ, NÃO MEXE! A solução é ...TIME OUT!
Agarramos no diabrete a espernear e com a calma possível explicamos, Agora o menino vai ter dois minutos de castigo ( e descanso!), dois minutos na cadeira da papa a olhar para a parede. Prendemos com o cinto de segurança e deixamos passar os dois minutos... Uma espécie de intervalo no tempo, com propriedades calmantes.
Será que eu vou conseguir, será que resulta? Parece-me um método bonito na teoria mas de difícil passagem à prática.
Apesar de algum cepticismo da minha parte quanto à reacção do "monstrinho", vou tentar aplicá-.lo! Claro que não fez nenhuma fita destas no médico, que ao ouvir-me fez uma expressão risonha e algo duvidosa, mas eu é que sei! Só nós Mães é que sabemos...
A boa notícia, é que é uma fase, e em princípio, passa lá para os três, quatro anos.