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04/06/2009

A hora da refeição e o fim do sossego

Como o João só tem agora 5 meses, ainda ando às voltas com a introdução dos sólidos, papas, sopas e puré de fruta. Mas infelizmente, acho que se acabaram os dias de sossego à hora da refeição! Já começo a ver o filme da boca cerrada e das lágrimas e não sei muito bem lidar com esta situação. O pai acha que se devem esgotar todos os recursos, da palhaçada, da gargalhada, distrair o bebé em troca de mais uma colher de sopa...eu discordo e o resultado é que desde que entraram os sólidos a balança parou de aumentar e eu é que tenho a culpa, porque prefiro que fique sem comer do que assistir a fitas intermináveis à volta de um prato de sopa! Se tiver fome, come melhor na próxima refeição, não? O problema é lidar com a ansiedade e a culpa, será que lhe faz mal não cumprir as quantidades prescritas pela dietista? Será que estou a agir bem? Convenço-me que estou a tentar educá-lo para que no futuro tenha uma relação saudável com a comida, mas será que os princípios que apliquei na educação do meu outro filho (saudável), são transferíveis para uma criança com uma doença em que a única forma de tratamento é a alimentação? Não é por isso mesmo, razão mais forte, fazer questão em lutar para que a hora da refeição seja um tempo de alegria, ou pelo menos de paz? Ouvindo os problemas da Bárbara com a alimentação do Diogo, fico mais apreensiva ainda, como conseguir um equilíbrio na hora da refeição, será que a nossa ansiedade não se relecte na alimentação dos nossos filhos? É claro que uma das chaves para o sucesso deve ser ter doses massivas de paciência e muita calma (é fácil falar!), mas chegará? Eu ponho música na hora das refeições, sei que ele gosta e eu também, fico menos tensa, mais relaxada, e isso é bom de certeza. Música clássica, adaptada para crianças ou uns CD's maravilhosos do Vinicius de Moraes com música infantil. É a minha sugestão no que toca ao ambiente, quanto ao conduto, ainda não cheguei lá....

3 comentários:

  1. Sophia o comentário que fiz à Bárbara é também para si! Vai ver que corre tudo bem!!!

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  2. Olá Sophia sou a mãe da bébé do algarve, o não comer também não é bom porque a minha bébé também teve dificuldade com as papas e perdeu peso e quando fui ao Santa Maria ela disse-me que esta doença é um pouco como o ditado "Preso por ter cão preso por não o ter" se eles não comerem também sobem os níveis, e ai a cabeça e o nosso coração é que sofrem com a ansiedade de não saber como lidar com estas dificuldades, já experimentou colocar a sopa no biberón com uma tetina para liquidos mais espessos a minha primeiro começou a comer assim aprendeu a conhecer o sabor e agora já come bem com a colher e das papas não gosta nem vale a pena insistir muito porque a rapariga aprendeu a puxar o vómito e lá sai tudo, bom não sei se ajudei mas pelo menos tentei.
    Xau, jinhos e uma dose dupla de paciência.

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  3. Obrigado pelo conselho, é óptimo poder trocar umas impressões com quem está a passar pelo mesmo! Já experimentei pôr a sopa no biberon e foi um sucesso! Mas acho que não é para repetir muitas vezes porque ele tem mesmo é que se habituar a comer à colher e eu não posso ceder ao cansaço e ao desespero... Ultimamente, tem comido muito melhor, a sopa inclusivamente, ou seja, temos mesmo é que nos armar de doses inesgotáveis de paciência e persistir, porque mais cedo ou mais tarde eles vão habituar-se e esta fase ultrapassada é esperar pelo próxima dificuldade...Uma coisa que me irrita , é o facto de as dietas serem tão rígidas, quero dizer, se eles comem bem a fruta e mal a sopa devia ser possível reduzir a dose de sopa (que é enorme!) e aumentar a dose de fruta, por exemplo, mas não nos dão margem nenhuma de manobra... não percebo porquê!Partilhar com eles a nossa hora das refeições foi também para mim uma boa ajuda, eles adoram imitar os crescidos! Beijinhos para o Algarve e ver se nos encontramos de novo na sala de espera!

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